Rio de Janeiro

Despedida

Léa Garcia morre aos 90 anos horas antes de receber homenagem no Festival de Gramado

Atriz carioca foi indicada ao prêmio de melhor interpretação no Festival de Cannes em 1957 por “Orfeu Negro"

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Trabalhando em teatro, TV e cinema, Léa Garcia consolidou uma carreira de papéis marcantes como a Rosa, de Escrava Isaura - Divulgação

Nesta terça-feira (15), a atriz carioca Léa Garcia morreu aos 90 anos. O falecimento aconteceu horas antes de ser homenageada com o troféu Oscarito no Festival de Gramado, no Rio Grande do Sul, pelo conjunto da obra ao lado de Laura Cardoso. A informação foi confirmada pelos familiares nas redes sociais. A causa da morte foi um infarto agudo do miocárdio.

Leia também: Fernanda Montenegro faz monólogo sobre Nelson Rodrigues de graça em arena do Parque Madureira

Em sua última entrevista, dada ao Grupo TVSPlay, já em Gramado, ela falou sobre a felicidade de participar do evento e de receber um prêmio pelo conjunto de sua obra. "É o reconhecimento da minha trajetória artística. Muito importante esse ano aqui... Estamos premiando, reverenciando o protagonismo da mulher", disse.

Trajetória

Léa foi indicada ao prêmio de melhor interpretação feminina no Festival de Cannes em 1957 por sua atuação no filme “Orfeu Negro”, vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro em 1960, representando a França. Dirigido por Marcel Camus tem roteiro adaptado por Camus e Jacques Viot, a partir da peça teatral “Orfeu da Conceição”, de Vinícius de Moraes. O filme foi primeira produção de língua portuguesa a conquistar a estatueta do Oscar e a única na categoria de melhor filme estrangeiro.

Nascida na Praça Mauá, no Rio de Janeiro, no ano de 1933, Léa tornou-se atriz em um momento da história em que esse não era um trabalho comum para mulheres negras. Através da parceria estabelecida com o dramaturgo e ativista Abdias Nascimento, com quem teve dois filhos, Henrique Christovão Garcia do Nascimento e Abdias do Nascimento Filho, teve contato com leitura das tragédias gregas. Depois das leituras, subiu no palco pela primeira vez com a peça Rapsódia Negra (1952), do próprio Abdias, encenada pelo Teatro Experimental do Negro. A partir de então, a paixão pelas artes cênicas se impôs. 

Trabalhando em teatro, TV e cinema, Léa Garcia consolidou uma carreira de papéis marcantes como a Rosa, de Escrava Isaura, novela que a tornou conhecida do público.

Edição: Mariana Pitasse