Rio de Janeiro

VIOLÊNCIA DE ESTADO

No Rio, Rede de Comunidades e Movimentos Contra a Violência recebe o Prêmio Patricia Acioli

Objetivo de prêmio é identificar, disseminar, estimular e divulgar ações em defesa dos direitos humanos

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
patricia acioli
Cerimônia de premiação ocorreu na última segunda-feira (7), no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, no centro da capital fluminense - Divulgação

A Rede de Comunidades e Movimentos Contra a Violência recebeu o primeiro lugar em Práticas Humanísticas no 11º Prêmio Patricia Acioli de Direitos Humanos. A cerimônia ocorreu na última segunda-feira (7), no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, no centro da capital fluminense.

O prêmio é uma homenagem à juíza Patrícia Acioli, executada em 2011, em Niterói, por policiais militares que estavam sendo julgados por ela, e tem o objetivo de identificar, disseminar, estimular, homenagear e divulgar ações em defesa dos direitos humanos.

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A Rede Contra a Violência é o primeiro movimento de famílias de vítimas de violência do Estado no Brasil. O movimento é integrado por mulheres negras, moradoras de favelas, mães de vítimas de violência e parentes de pessoas privadas de liberdade. Foi criado em 2004 em decorrência da chacina do morro do Borel, ocorrida no Rio de Janeiro em 2003.

"Essa é uma vitória de todos os familiares de vítimas e dos sobreviventes da violência do Estado. Muito nos honra o reconhecimento", comentaram representantes da Rede.

"Sem respeito aos direitos humanos, não há civilização. Em ambientes em que os preceitos de cidadania são afrontados, não se forma uma população participativa e consciente. Forma-se, sim, um aglomerado de gente que, sem alternativa, vive às margens de um estado de barbárie. Que possamos sair daqui mais conscientes da importância dos direitos humanos", disse a presidente da Associação de Magistrados do Estado do Rio de Janeiro, Eunice Haddad.

Premiados

Além da Rede de Comunidades e Movimentos Contra a Violência, também foram premiados na categoria Práticas Humanísticas o projeto Pretas Ruas, iniciativa idealizada por mulheres negras, movidas pelo desafio de contribuir para a emancipação das mulheres que vivem na rua, em abrigos e ocupações, em extrema vulnerabilidade.

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Em terceiro lugar, ficou o Dança Inclusiva, da Associação Cultural Namastê, que fomenta a inclusão efetiva na sociedade das pessoas com deficiência. São quatro eixos de atuação: arte, cultura, educação e saúde mental. A dança inclusiva, iniciativa promovida pela instituição em escolas públicas do Distrito Federal, contribui para o desenvolvimento do aprendizado das crianças com deficiência.

Entre outros projetos e entidades homenageadas, a ONG Rio da Paz recebeu uma menção honrosa. Na ocasião, foi lembrado o episódio, em março de 2007, em que 700 cruzes pretas foram cravadas na areia da praia de Copacabana. O ato denunciava os assassinatos no Rio de Janeiro naquele ano. Nascia ali a Rio da Paz, com protestos de impacto visual na luta pelos direitos humanos, pela redução de homicídios e pelo combate à pobreza.

Edição: Eduardo Miranda