Rio de Janeiro

ORGANIZAÇÃO POPULAR

Saiba mais sobre os Comitês Populares de Luta, organizações decisivas na eleição de Lula

No estado do Rio de Janeiro foram registrados 359 comitês; grupos continuam mobilizados pós-eleições por pautas sociais

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
No Rio, os comitês que ganharam mais protagonismo foram os comitês por território e os sindicais - Foto: divulgação

Para muitas pessoas o nome Comitê Popular de Lutas pode soar desconhecido, mas os espaços de mobilização tiveram papel decisivo na eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a presidência da República neste ano. Apenas no estado do Rio de Janeiro, foram 359 comitês espalhados pela capital, baixada fluminense e interior. 

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Os comitês foram formados a partir de afinidades de interesse entre grupos e também necessidades. Pautas sociais sempre estiveram no centro da discussão dos espaços. De acordo com Adeilson Teles, que integra a Central Única dos Trabalhadores (CUT), os comitês estiveram reunidos em apoio à eleição de Lula, mas não possuem um vínculo partidário, estão além deste espectro político. 

“Eles têm todo tipo de coloração partidária, membros de todos os partidos. É um espaço aberto a todas as concepções partidárias. Na eleição, a unidade se deu em torno da candidatura de Lula. Após esse cenário, nós vamos ter que continuar na luta nas redes e nas ruas”, detalha Adeilson, explicando que a ideia é manter a mobilização dos comitês para assegurar que as pautas sociais estejam na centralidade das ações do futuro governo petista.

“Para garantir um governo que atenda as expectativas, as vontades, os desejos e os sonhos da camada popular mais humilde do país. O grande objetivo dos Comitês Populares de Luta é que eles tenham um caráter permanente de presença nas lutas do povo brasileiro”, destaca. 

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No Rio, os comitês que ganharam mais protagonismo foram os divididos por território e por pautas sindicais. De acordo com Adeilson, a organização sindical conseguiu reunir, em distintos comitês, as categorias de professores, bancários e engenheiros. Já os territórios aturam desde bairros da capital fluminense até municípios na região serrana e baixada. 

“Tivemos alguns comitês por territórios que se destacaram muito porque fizeram uma disputa intensa nos seus territórios. Destacaria os comitês da zona sul, do Leblon, Ipanema, da Gávea e os comitês de Copacabana. Também os comitês da zona Norte, de Madureira e da Tijuca. Para além da capital, na Baixada Fluminense, o comitê de Nova Iguaçu liderado lá por um por um uma gama de companheiras e companheiros dos mais variados partidos, os comitês da zona Oeste que foram importantíssimos e o comitê de Friburgo”, aponta. 

Na avaliação do historiador, mais de 100 comitês se destacaram neste processo eleitoral e o objetivo será manter a organização para este novo período. Para isso, no dia 22 de novembro, o chamado de "comitê dos comitês", uma espécie de comitê central, realizará uma plenária com os representantes desses espaços para coordenar as pautas e lutas gerais para 2023. 

“O 'comitê dos comitês' se constituiu e pretende continuar funcionando como um espaço de articulação, debate e, algum nível, de centralidade das ações dos Comitês Populares de Luta. Sempre respeitando a autonomia [dos comitês]. Quem dirige os comitês populares de luta é a luta do povo brasileiro”, enfatiza Adeilson. 

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Os interessados em participar dos Comitês Populares de Luta podem obter informações pelo WhatsApp do "comitê dos comitês"  (21) 97206-6916. O coletivo também possui uma página no Instagram.

Edição: Mariana Pitasse