Rio de Janeiro

HOSPITALIZAÇÃO

Baixo percentual de vacinação contra a covid provoca alta de internações em diversos estados

Boletim da Fiocruz também aponta para internação de crianças com infecções associadas às vias respiratórias

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Boletim da Fiocruz tem como referência o período de 19 a 25 de março e informa que houve crescimento de casos de covid em todas as faixas etárias - Breno Esaki/Agência Saúde DF

O aumento expressivo no número de internações de crianças por vírus associados às vias respiratórias em 15 estados brasileiros foi o destaque do boletim InfoGripe que a Fiocruz divulgou na última terça-feira (4). Nos adultos, a preocupação continua sendo o crescimento de internações por covid-19, com risco muito maior para aqueles em atraso com a vacinação ou que sequer tomaram a primeira dose da vacina.

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O boletim da Fiocruz tem como referência o período de 19 a 25 de março e informa que houve crescimento de casos de covid em todas as faixas etárias na Bahia, Ceará, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e em São Paulo. Já no Amapá, Espirito Santo, Maranhão, Sergipe e no Tocantins, até o momento analisado, o aumento é de infecções respiratórias e está concentrado fundamentalmente nas crianças.

Diante do atual quadro da população infantil, o pesquisador e coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, recomenda que, se a criança estiver com sinal de infecção respiratória, o ideal é não enviá-la para a escola ou creche. "Assim, podemos tentar frear a disseminação de vírus respiratórios em crianças". Gomes sublinha ainda que, até o hoje, o país registra um percentual muito grande de crianças que não foram vacinadas contra a covid-19.

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"Por isso, é importante que os responsáveis lembrem que, por mais que a covid-19 afete com maior intensidade a população adulta, os pequenos não vacinados também correm um risco importante. Então, a melhor forma de proteger é tomar vacina e usar boas máscaras, especialmente, quem está com sinal de infecção respiratória ou quem vive com alguém que faz parte do grupo de risco", reforça.

Estados

A análise aponta indícios de crescimento de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) nas tendências de longo prazo (últimas 6 semanas) e de curto prazo (últimas 3 semanas).

Dezenove estados apresentam aumento na tendência de longo prazo: Amapá, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins. Em Rondônia e Roraima, o indício de SRAG ainda é compatível com oscilação em período de baixa atividade.

Capitais

Entre as capitais, 17 têm sinal de crescimento de SRAG: Aracaju (SE), Belém (PA), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Fortaleza (CE), João Pessoa (PB), Macapá (AP), Natal (RN), Palmas (TO), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), São Luís (MA), São Paulo (SP), Teresina (PI) e Vitória (ES).

Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos com o resultado positivo para vírus respiratórios foi de 3,3% para influenza A; 3,7% para influenza B; 36,2% para VSR; e 46,2% para Sars-CoV-2 (covid-19). Entre os óbitos, a presença destes mesmos vírus entre os positivos foi de 4,6% para influenza A; 3,6% para influenza B; 6,1% para VSR; e 82,7% para Sars-CoV-2 (covid-19). 

Edição: Eduardo Miranda