Rio de Janeiro

VIOLÊNCIA DE ESTADO

Ministério Público do RJ denuncia cinco PMs por fraude na cena da morte de Kathlen Romeu

Agentes tiveram "a intenção de criar vestígios de suposto confronto com criminosos", aponta trecho da denúncia

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Kathlen Romeu
Jovem de 24 anos estava grávida de quatro meses e foi baleada na cabeça, no Lins, Zona Norte do Rio - Reprodução

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) denunciou nesta segunda-feira (13) cinco policiais militares por terem alterado a cena do homicídio da designer Kathlen Romeu. Ela foi morta no dia 8 de junho, no Complexo do Lins, zona norte da capital fluminense.

Na denúncia, o MP afirma que quatro dos agentes retiraram materiais da cena do crime e ainda acrescentaram 12 cartuchos calibre 9 mm e um carregador de fuzil com dez munições que não haviam sido utilizadas e que foram apresentadas na 26a DP, na zona norte.

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Na época, a família de Kathlen acusou policiais de efetuarem os disparos que mataram a jovem quando ela caminhava pela rua com a avó. Os policiais acusados são o capitão da PM Jeanderson Corrêa Sodré, o 3° sargento Rafael Chaves de Oliveira e os cabos Rodrigo Correia de Frias, Cláudio da Silva Scanfela e Marcos da Silva Salviano.

Sodré, aponta o MP-RJ, poderia ter agido para preservar o local do crime e aguardar a chegada da perícia, mas se omitiu. Ele foi denunciado por fraude processual.

Já os agentes Frias, Salviano, Scanfela e Chaves alteraram a cena "com a intenção de criar vestígios de suposto confronto com criminosos", afirma trecho da denúncia do Ministério Público estadual.

O sargento e os três cabos da PM foram denunciados por duas fraudes processuais e por dois crimes de falso testemunho.

Edição: Eduardo Miranda