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Vereador de Duque de Caxias (RJ) e policiais são presos por agiotagem e extorsão

Além dos crimes citados, o parlamentar também é acusado de lavagem de dinheiro e fraude à licitação

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Carlinhos da Barreira foi o 3º vereador mais votado de Duque de Caxias em 2016; ele está em seu terceiro mandato na Câmara Municipal - Foto: Reprodução

Nesta sexta-feira (22), o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (GAECO/RJ), em parceria com a Polícia Civil e com a Corregedoria-Geral da Polícia Militar, prendeu o vereador de Duque de Caxias, na Região Metropolitana do Rio, Carlos Augusto Pereira Sodré, o Carlinhos da Barreira (MDB), e dois policiais militares, acusados de agiotagem e extorsão.

Além dos crimes citados, o vereador também é acusado de lavagem de dinheiro e fraude à licitação. As prisões foram cumpridas durante a Operação Barreira Petrópolis. A pedido do GAECO/RJ, a 1ª Vara Criminal Especializada da Capital também expediu 17 mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos denunciados, além de ter determinado o sequestro de bens imóveis e de recursos financeiros de Carlinhos da Barreira.

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Ameaça de morte

De acordo com as investigações, o vereador emprestava dinheiro a pessoas físicas e exigia, em contrapartida, o pagamento de juros mensais. No caso de uma das vítimas, um empresário do setor de compra e venda de automóveis, o vereador emprestou, em janeiro de 2019, a quantia de R$ 1 milhão, por meio da compra de veículos indicados pelo empresário, e exigiu o pagamento de 3,5% mensais do valor emprestado a título de juros (R$ 35 mil).

Segundo a denúncia, um ano depois, quando o empresário não conseguiu honrar o compromisso assumido, o vereador acionou os outros dois denunciados, os policiais militares Ricardo Silva dos Santos e Carlos Alexandre da Silva Alves, para ameaçá-lo de morte por meio de uso de arma de fogo. Ricardo também cometeu o crime de usura pecuniária, uma vez que recebia, em sua conta bancária, os juros ilegais do empréstimo.

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De acordo com o MPRJ, as investigações também apontaram que, entre janeiro de 2015 e agosto de 2020, “Carlinhos da Barreira” dissimulou, de forma reiterada, a origem de R$ 62.360.738,52, provenientes das práticas criminosas denunciadas. O vereador recebeu, nas diversas contas bancárias mantidas por ele e por sua empresa, vários depósitos que somaram o montante, mesmo sem possuir receitas legais e declaradas que justificassem tamanha movimentação financeira.

Carlos está em seu terceiro mandato na Câmara de Duque de Caxias. Na sua apresentação no site da Câmara ele se define como "de uma família humilde, sendo o filho mais novo entre nove irmãos". Até o fechamento desta reportagem o vereador ainda não havia se manifestado em suas redes sociais a respeito do caso. 

Edição: Jaqueline Deister