saúde pública

Prefeitura do Rio de Janeiro decreta epidemia de dengue e anuncia plano de contingência

Casos da doença em janeiro já correspondem a 44,2% do total do ano passado e internações batem recorde

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Município teve recorde de pessoas internadas por dengue em janeiro, 362 casos, segundo o secretário de Saúde - Foto: Divulgação/SES

A cidade do Rio vive uma epidemia de dengue. A afirmação é do prefeito Eduardo Paes (PDS) e do secretário de Saúde, Daniel Soranz, que apresentaram nesta sexta-feira (2) um plano de contingência contra a doença. O município já registra mais de 10 mil casos de dengue em janeiro, o que corresponde a 44,2% do total do ano passado. Durante todo o ano de 2023, foram 22.959 casos.

Em todo país há uma explosão dos casos de dengue neste início de ano. Os três estados com maiores taxas de ocorrência são o Distrito Federal, Minas Gerais e Acre. O estado do Rio de Janeiro aparece na sétima posição, com cerca de 20 mil casos da doença.

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Entre as estratégias apresentadas pela Prefeitura do Rio estão a criação do Centro de Operações de Emergência (COE-Dengue); a abertura de polos de atendimento para a doença; dedicação de leitos para pacientes com dengue nos hospitais da rede municipal; uso de carros fumacê nas regiões com maiores incidências e a entrada compulsória em imóveis abandonados.

O secretário de Saúde explicou os fatores que enquadram a cidade em situação de epidemia de dengue. De acordo com Soranz, a curva de crescimento dos casos está acima do esperado, em comparação com o ano passado. Ele disse que, num único dia, 569 casos foram notificados.

"Temos um aumento do número de casos sustentado na série histórica, com repercussões nas clínicas dos pacientes e na rede assistencial. Também para configurar epidemia é necessário que tenhamos o número de casos espalhados em mais de uma região da cidade. E isso acontece no município do Rio. Estamos bem acima do que é considerado limiar muito alto, o que configura a situação epidêmica na cidade do Rio", disse.

"A gente bateu o recorde de internações por dengue na história do município com 362 casos de pessoas internadas apenas no mês de janeiro", afirmou o secretário Municipal de Saúde.

Polos de atendimento

A Prefeitura anunciou a criação de dez polos de atendimento para pacientes com dengue. O primeiro será inaugurado no CMS Raphael de Paula Souza, em Curicica, na Zona Oeste, na próxima segunda (5). 

Eles funcionarão nas dependências de unidades de Atenção Primária e contarão com equipes dedicadas que farão o diagnóstico e assistência, classificação segundo o critério de risco e tratamento dos pacientes com dengue.

Além disso, centros de hidratação montados no final do ano passado nas unidades de saúde para o atendimento de pacientes devido aos efeitos do calor também serão usados na assistência às pessoas com dengue.

Para os quadros mais graves, com indicação de internação, os pacientes serão transferidos para leitos dedicados à dengue nos hospitais da rede de urgência e emergência do município. 

COE-Dengue

Criado nos mesmos moldes do Centro de Operações de Emergência (COE) para a covid, o COE-Dengue funcionará nas dependências do Centro de Operações Rio (COR) com mais de 20 técnicos de órgãos integrantes da estrutura da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

Suas atribuições serão planejar, organizar, coordenar e monitorar as ações de enfrentamento à dengue; elaborar protocolos e análises relacionadas à situação epidemiológica da doença na cidade; divulgar informações relativas à emergência de saúde pública, como boletins epidemiológicos; deliberar sobre os estágios de aplicação das medidas protetivas para cada região do município.

Combate ao mosquito

As principais recomendações para a população são evitar água parada em casa em recipientes como vasos de planta, pneus velhos, tonéis d’água, piscinas, garrafas e vasilhames, entre outros; limpar periodicamente locais como lixeiras, ralos, bebedouros de animais e outros objetos que possam acumular água; não despejar lixo irregularmente em terrenos baldios e outros locais inadequados.

Quando necessário, a população pode fazer pedidos de vistoria ou denunciar possíveis focos do mosquito pela Central de Atendimento da Prefeitura, no telefone 1746.

Fonte: BdF Rio de Janeiro

Edição: Clívia Mesquita