Rio de Janeiro

CEMITÉRIO DE NAVIOS

Deputados do RJ abrem CPI para investigar embarcações abandonadas na Baía de Guanabara

Episódio de novembro do ano passado, quando navio se chocou com Ponte Rio-Niterói, deflagrou inquérito da Alerj

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
ponte navio
Navio de mais de 40 toneladas e 200 metros de comprimento se chocou contra a Ponte Rio-Niterói em novembro - Reprodução

A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) instalou nesta quarta-feira (14) a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Embarcações. O objetivo é buscar soluções para o abandono de embarcações no litoral fluminense, a fim de evitar acidentes como a colisão de um navio contra a Ponte Rio-Niterói, ocorrida em novembro de 2022.

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Durante a reunião, a deputada Lucinha (PSD) foi eleita vice-presidente da comissão e o deputado Márcio Canella (União) foi escolhido para ser o relator. O presidente da CPI, deputado Dr. Deodalto (PL), disse que a primeira ação da comissão será a realização de uma audiência pública, para a qual serão convocados representantes da Companhia Docas do Rio de Janeiro, responsável pela gestão dos portos, e da Marinha do Brasil.

A pedido de Lucinha, a comissão fará uma visita técnica à Baía de Sepetiba devido ao incidente com um graneleiro (tipo de navio especializado no transporte de mercadorias a granel). O encalhe aconteceu em maio do ano passado.

"A embarcação está com um carregamento de minério, que seria destinado à Cingapura, na Ásia, saindo do Porto de Itaguaí. O incidente aconteceu no dia 10 de maio, mas as autoridades só foram informadas cinco dias depois. A visita é necessária para acompanhar a situação de perto", disse a parlamentar.

Novo Marco Legal

O deputado Flavio Serafini (Psol), integrante da comissão, destacou que há grande quantidade de embarcações abandonadas na Baía de Guanabara e disse esperar que, ao final dos trabalhos da CPI, seja estabelecido um novo Marco Legal de diretrizes fiscalizatórias.

"Há uma falta de perspectiva ambiental e pouca fiscalização. A gente precisa avançar em uma regulamentação. Vou trazer para esta CPI assuntos que debatemos na Comissão Especial da Baía de Guanabara", pontuou.

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Outros parlamentares demonstraram preocupação com o fato de embarcações abandonadas serem usadas para crimes e para o fato de o Porto do Rio estar operando com apenas 50% de sua capacidade, perdendo espaço para outros portos nacionais devido à falta de profundidade, porque as baías se tornaram cemitérios, como lembrou o deputado Jorge Felippe Neto (Avante).

Edição: Eduardo Miranda