Rio de Janeiro

PROTESTO

Manifestação reúne moradores da Ilha de Paquetá (RJ) contra o fechamento de agência bancária

Medida vai afetar quase quatro mil pessoas que vivem na ilha; bairro não possui caixa 24 horas

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Sem banco, moradores vão ter que gastar cerca de 3 horas apenas para sacar dinheiro - Tatiana Guimarães

“Itaú: respeita Paquetá”. A faixa resume a indignação dos moradores da Ilha de Paquetá, no Rio de Janeiro, com a decisão do banco de fechar a única agência bancária em funcionamento no bairro. O protesto desta  sexta-feira (5) está sendo organizado pela Associação de Moradores de Paquetá (MORENA), pelo Sindicato dos Bancários do Rio e pela Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Federa-RJ).

A medida vai afetar quase quatro mil pessoas que vivem na ilha. Sem banco, eles vão ter que gastar cerca de três horas apenas para sacar dinheiro, já que a ilha não possui caixa 24 horas. 

“O que está acontecendo em Paquetá é uma completa irresponsabilidade social do banco Itaú. Aqui, temos a segunda maior população de idosos de todos os bairros do Rio, só perdemos para Copacabana. Essa população não usa aplicativo de banco. Como ficarão todos esses idosos sem poder sacar dinheiro na ilha? Isso é inaceitável”, afirma Guto Pires, presidente da Associação de Moradores de Paquetá (MORENA).

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O relatório  financeiro do Itaú apontou que a instituição lucrou mais de R$ 30,8 bilhões, o que representa um crescimento de 14,5% em relação ao ano anterior. Mesmo assim, tem fechado agências, demitido funcionários, e dificultado o acesso dos clientes ao atendimento. 

Para o presidente do Sindicato dos Bancários Rio, José Ferreira, o caso de Paquetá é simbólico da estratégia do banco. "Isso tem ocorrido em vários bairros, o banco fecha agências sem levar em conta a realidade da população. A decisão sobre Paquetá revela a perversidade dos banqueiros. Precisamos reagir", destaca. 

Adriana Nalesso, presidenta da Federa-RJ, ressalta a responsabilidade da instituição bancária: “Bancos são concessões públicas, com compromissos. Um deles é a obrigação de atendimento presencial aos clientes, não podemos admitir essa situação”, comenta.

Edição: Jaqueline Deister