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Estado do Rio de Janeiro registra 24 casos de leptospirose nos dois primeiros meses do ano

Três mortes pela doença na capital fluminense foram confirmadas; um caso em São Gonçalo está sob investigação

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
A recomendação é que as pessoas evitem o contato com água ou lama de enchentes ou esgotos - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O estado do Rio de Janeiro registrou 24 casos de leptospirose e três mortes pela doença nos dois primeiros meses do ano. Os óbitos confirmados pela infecção ocorreram na capital fluminense e um caso no município de São Gonçalo, na região metropolitana, está sob investigação.

Os dados de análise foram obtidos em 27 de fevereiro pela Secretaria de Estado de Saúde. No mesmo período do ano passado, o órgão havia notificado 71 casos de leptospirose e 32 mortes no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN).  

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De acordo com a SES, as fortes chuvas que atingiram regiões do estado o Rio de Janeiro são fatores de risco. Segundo o órgão, pessoas que tiveram contato com a água ou lama de enchentes e que apresentarem febre associada a dores de cabeça ou a dores musculares devem procurar uma unidade de saúde.

A doença

A leptospirose é uma doença causada por uma bactéria, a leptospira, encontrada na urina contaminada de roedores. A doença é transmitida para os seres humanos pela exposição direta ou indireta à urina contaminada desses animais, que pode ser veiculada pela água em enchentes. A bactéria invade o organismo através de pequenas feridas na pele, nas mucosas ou na pele íntegra imersa por longo período em água contaminada.

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A fase precoce da leptospirose dura aproximadamente de três a sete dias. Os principais sintomas são febre, dor de cabeça, dores pelo corpo, principalmente nas panturrilhas, podendo também ocorrer vômitos, diarreia e tosse. A qualquer sinal desses sintomas, é importante procurar imediatamente um médico e relatar o contato com água, lama de enchente, esgoto ou água contaminada, para que o tratamento seja iniciado o mais rápido possível.

Nas formas mais graves, geralmente aparece icterícia (coloração amarelada da pele e dos olhos) e há a necessidade de cuidados especiais em caráter de internação hospitalar. O doente também pode apresentar hemorragia, meningite, insuficiência renal, hepática e respiratória.

Como prevenir?

A recomendação da SES é que as pessoas evitem o contato com água ou lama de enchentes ou esgotos e impeçam que crianças nadem ou brinquem nesses locais, que podem estar contaminados pela urina dos ratos.

A orientação é para que após a água da enchente baixar, para retirar a lama e desinfetar o local, as pessoas protejam-se com botas e luvas de borracha, evitando assim o contato da pele com água e lama contaminadas. Sacos plásticos duplos também podem ser amarrados nas mãos e nos pés.

Já para desinfetar a área atingida pela lama ou água da enchente, a recomendação é lavar pisos, paredes e bancadas com água sanitária, na proporção de duas xícaras de chá (400ml) desse produto para um balde de 20 litros de água, deixando agir por 15 minutos.

Alimentos como frutas, verduras e legumes que tiveram contato com água de enchente devem ser jogados fora.

Os terrenos baldios e as margens de córregos devem ser mantidos limpos e capinados e as  caixas d’água devem ser limpas regularmente.
 

Edição: Jaqueline Deister