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Rio proíbe comercialização de pomada capilar que causa queimadura na córnea

Emergência do Hospital Municipal Souza Aguiar atendeu 200 pacientes que tiveram contato com o produto

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Apenas no dia 26 de dezembro, o Hospital Municipal Souza atendeu 130 pacientes que tiveram contato com a pomada - Prefeitura do Rio

Na última quinta-feira (5), o Instituto Municipal de Vigilância Sanitária, Vigilância de Zoonoses e Inspeção Agropecuária do Rio de Janeiro (Ivisa-Rio) orientou a suspensão imediata do uso da pomada modeladora capilar "Cassu Braids", utilizada para penteados e tranças.

O produto estava sob investigação após causar efeitos adversos em cerca de 200 pacientes na emergência de oftalmologia do Hospital Municipal Souza Aguiar, no centro da cidade, que tiveram contato com a pomada.

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Durante a investigação, o Ivisa-Rio constatou irregularidade na situação cadastral da fabricante com os órgãos competentes. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) determinou a interdição cautelar de comercialização da pomada, e demais produtos fabricados pela Microfarma Indústria e Comércio Ltda e distribuídos pelo Instituto Cassulinha Cabelos Comércio e Serviço Ltda.

Lojas físicas e online devem retirar os produtos da marca em exposição e venda. Salões de beleza também devem suspender o uso dos produtos. Em caso de descumprimento, os produtos poderão ser apreendidos e o estabelecimento sujeitos à penalidades previstas na lei.

O caso veio à tona no final do ano após centenas de pacientes procurarem a emergência de oftalmologia do Hospital Municipal Souza Aguiar com lesões na córnea. O contato da pomada modeladora com os olhos danifica o olho, queimando a córnea.

Apenas no dia 26 de dezembro, o hospital atendeu 130 pacientes que tiveram contato com a pomada. A médica Anna Beatriz Simões, do Souza Aguiar, chegou a gravar um vídeo de alerta para as redes sociais da prefeitura do Rio.

"Essa pomada escorre para os olhos no momento que lavam os cabelos, ou molham na chuva, ou então mergulham na piscina", explicou. 

No comunicado, o Ivisa-Rio reforça a importância de adquirir e utilizar apenas produtos cosméticos regularizados junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), respeitando as instruções de uso e prazo de validade A consulta de produtos que constam como regularizados e irregulares pode ser feita neste link.

 

Edição: Clívia Mesquita