Rio de Janeiro

BOLSONARISMO

MPF denuncia Roberto Jefferson por tentativa de homicídio contra policiais federais

Investigação aponta que ex-deputado adulterou granadas com pregos para aumentar letalidade contra agentes

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
roberto jefferson
Crimes ocorreram no dia 23 de outubro, quando ex-deputado tentou resistir à prisão em sua residência, no interior do Rio de Janeiro - Reprodução

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou nesta quarta-feira (7) o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) por tentativa de homicídio contra quatro agentes da Polícia Federal. Os policiais foram recebidos a tiros no dia 23 de outubro, quando cumpriam mandado de prisão de Jefferson, na residência do ex-parlamentar, em Comendador Levy Gasparian, no interior do estado do Rio de Janeiro.

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Segundo a denúncia, o ex-deputado bolsonarista monitorou a chegada dos policiais com câmeras de segurança interna. Nas redes sociais, ele chegou a transmitir a resistência, dizendo frases como "Vocês não vão me levar" e "Vocês estão juntos aí, vão se machucar", afirma o documento, que foi enviado à Justiça Federal.

“Roberto Jefferson, então, passa a exibir o armamento que dissimulou dos Policiais, principiando por uma granada (adulterada com pedaços de pregos cortados envoltos por fita adesiva), da qual retirou o pino e anunciou, de forma debochada, que a lançaria e “vocês estão juntinhos aí vão machucar”, aponta um outro trecho da denúncia.

Após lançar a granada, o ex-deputado do PTB ainda usou uma arma de fogo, com a qual disparou aproximadamente 30 tiros contra a viatura que dois policiais usaram para se proteger. Uma agente foi ferida na cabeça, mas a denúncia afirma que, ainda assim, ao ouvir "policial ferido", Jefferson lançou mais duas granadas e fez mais 30 disparos contra a PF.

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Segundo o MPF, um imóvel vizinho também foi afetado. Na casa, havia 16 crianças em uma confraternização e uma delas se feriu ao tentar correr por conta das explosões. Na casa do ex-deputado, foram encontradas mais de 8 mil munições de uso restrito e uma arma de fogo. A posse dos objetos estava irregular, com endereço diferente do declarado, aponta a denúncia.

"A dinâmica dos acontecimentos não deixa dúvidas quanto à intenção deliberada (dolo direto) de Roberto Jefferson de tentar matar os Policiais Federais…, a partir de um prévio planejamento de confronto armado que poderia, inclusive, resultar em sua própria morte…”, afirmam os procuradores Charles Pessoa e Vanessa Seguezzi, de Petrópolis (RJ).

Roberto Jefferson está preso em Bangu 8 desde o episódio. O Ministério Público Federal pede à Justiça que o ex-parlamentar seja julgado por tentar matar os agentes da PF, por porte ilegal de armas de fogo de uso restrito, fabricação e armazenamento de artefato explosivo e resistência à prisão.

Edição: Eduardo Miranda