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No Rio, Roberto Jefferson passa primeira noite em cela individual em Bangu 8

O ex-parlamentar atacou a tiros e com granadas agentes da PF que foram cumprir uma ordem judicial de prisão contra ele

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Jefferson se recusou a se entregar e a negociação para a sua rendição durou mais de oito horas - Tânia Rego/ Agência Brasil

Na última segunda-feira (24), o ex-deputado federal Roberto Jefferson passou a primeira noite no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio. Ele foi preso no domingo (23) e ficou detido na sede da Polícia Federal, de lá foi transferido para o presídio de Benfica, na zona Norte do Rio, horas depois chegou ao Presídio Pedrolino Werling, conhecido como Bangu 8.

O ex-parlamentar está em um cela individual e, segundo informações do portal G1, comeu a mesma refeição dos outros detentos.

Além da cela individual, Jefferson recebe atenção médica por ser um preso com comorbidades, já que possui histórico de diabetes, hipertensão e passou por um tratamento contra um câncer. A equipe médica do presídio administra os medicamentos que ele precisa tomar.

O ex-Presidente Nacional do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) atacou a tiros e com granadas agentes da Polícia Federal que foram cumprir uma ordem judicial de prisão do político no município de Comendador Levy Gasparian, no interior do Rio, na manha do último domingo (23).

Jefferson se recusou a se entregar e a negociação para a sua rendição durou mais de oito horas e contou com a presença do candidato derrotado à presidência da República pelo PTB, Padre Kelmon.

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Além da prisão determinada por medida do STF, Roberto Jefferson também teve uma nova prisão em flagrante determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, por suspeita de tentativa de homicídio dos dois policiais federais como reação à ordem de prisão anterior. No episódio, dois policiais foram feridos por estilhaços de granadas jogadas pelo ex-deputado contra os agentes.

No domingo (23), além de atacar agentes da PF com granadas e tiros de fuzil, o aliado de Bolsonaro fez a transmissão ao vivo em suas redes sociais do que seria sua resistência à prisão. 

Na avaliação da professora do Departamento de Segurança Pública da Universidade Federal Fluminense (UFF) Jacqueline Muniz, em entrevista ao Brasil de Fato, "o circo que deu errado porque o canastrão acreditou demais no próprio papel" foi todo premeditado e possível graças às falhas da ação decorrentes a partir do momento em que o governo federal passou a interferir na tática da PF.

Ela mencionou o pedido de reforço, depois que o ex-deputado atingiu os agentes, mas que, dali em diante se iniciou a ingerência do governo federal, inclusive com o envio do ministro da Justiça, Anderson Torres. "Vamos deixar claro que nenhum ministro da Justiça tem poder de polícia nem de negociação, ele é chefe administrativo da Polícia Federal, mas jamais tem poder de polícia".

Edição: Mariana Pitasse