Rio de Janeiro

ARTE

Artista carioca dedica obra sobre pandemia e resistência ao trabalho do MST em Maricá (RJ)

Regina Marconi ressalta a atuação política do movimento na construção de um país mais justo e solidário

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
A artista plástica Regina Marconi dedicou a obra "Solo Fecundo" para o MST em Maricá (RJ) - Iris Rodriguez/Brigada Joaquín Piñero-MST

A artista plástica Regina Marconi trabalhou durante seis meses na construção de uma obra que retrata a realidade brasileira na pandemia. De forma sensível, o painel "Solo Fecundo" exibe personagens que representam a diversidade da classe trabalhadora. Com punhos em riste e rostos abatidos debaixo de máscaras de proteção, mães ainda choram pela morte de seus filhos.

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A tela, de 1,60 m de altura e 3,5 m de largura, deixou o Ateliê Pluralistas, na zona portuária do Rio de Janeiro, no último sábado (31) em direção à Secretaria da Brigada Nacional Joaquín Piñero do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em Maricá, na região metropolitana. Nas palavras de Regina, o quadro ficará “junto às mulheres e homens que constroem a profecia bendita de um país solidário”.

Somente nas favelas do Rio, a campanha “Natal Sem Fome” do MST distribuiu mais de duas mil cestas com alimentos produzidos em assentamentos e acampamentos da reforma agrária. Produzir e compartilhar alimentos saudáveis com a população mais vulnerável é uma das principais frentes de atuação do MST no combate à fome no país, e que se intensificou na pandemia.

 

 

“Solo Fecundo é uma homenagem a nós, uma pintura que carrega a luta política, denúncia e estimula a persistir no combate contra as injustiças do nosso povo”, compartilhou a Brigada Joaquín Piñero nas redes sociais. 

Regina Marconi foi pessoalmente entregar a obra e conhecer o trabalho do MST em Maricá. O momento de encontro com a militância, segundo ela, foi emocionante e concretizou a admiração que mantinha há anos pela luta dos sem-terra.

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"Não tem coisa mais importante no país que o MST. O solo somos nós, a resistência. As pessoas estão se reconhecendo nessa situação. Fui além e acho que possivelmente estamos todos muito tristes e machucados, só que a gente não pode ficar nessa situação. A arte trabalha muito a memória e a possibilidade das pessoas pararem, sentirem, olharem", afirma a artista plástica e militante sindical.

Após o MST ter acolhido o quadro físico na sede da Brigada em Maricá, Regina ainda pretende alcançar mais pessoas através da arte. Ela tem preparado cópias impressas de 50 cm com o objetivo de disseminar a mensagem de esperança na construção de um futuro possível.

"A vida carrega o caminho da gente. E o MST é um local que muito me honra. O quadro emocionou diversas pessoas com o sentimento de agradecimento. Acho que esse trabalho é sobre entregar a imagem a quem constrói a memória e a resistência", finaliza.

Edição: Jaqueline Deister