VAI TER FIM?

Fiocruz faz alerta ao Brasil após aumento dos casos de covid-19 na Europa

Pesquisadores destacam que flexibilização de medidas restritivas e não vacinados podem impedir controle da pandemia

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Liberação do uso das máscaras e o relaxamento das medidas de distanciamento físico podem colocar o Brasil em risco - Foto: Mauro Pimentel/ AFP

A nova edição do Boletim do Observatório Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) reforça a preocupação com o retorno de medidas restritivas na Europa após o aumento do número de mortes em países onde a cobertura vacinal estacionou e as medidas restitivas foram flexibilizadas.

Segundo a Fiocruz, a atual situação desses países europeus, que vêm sendo chamada de “pandemia dos não vacinados”, tem servido de alerta para a questão do avanço da vacinação nessas nações em que parcelas da população não vacinada vêm apresentando um alto número de casos de covid-19. 

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Países como a Áustria, Lituânia e Alemanha, com percentuais maiores da população vacinada - 63,7%, 65,2% e 67% respectivamente -, vêm, não só enfrentando um grande crescimento de internações, principalmente entre os não vacinados, mas também no indicador de óbitos por milhão de habitantes.

“Definitivamente, a vacinação, descolada de outras recomendações não-farmacológicas, não será suficiente para determinar o fim da pandemia", afirmam os pesquisadores do Observatório Covid-19 Fiocruz, responsáveis pelo boletim. 

Riscos no Brasil

Os cientistas chamam atenção para o abandono das ações preventivas no Brasil, especialmente a liberação do uso das máscaras e o relaxamento das medidas de distanciamento físico. Segundo os pesquisadores, além de ser consequência da baixa adesão populacional, este cenário é principalmente um reflexo do desincentivo dos governos à medidas não-farmacológicas que são eficazes na prevenção da doença. 

O relatório alerta ainda para a ausência de distanciamento físico no país, que deve ser observada desde transporte público até atividades de comércio e lazer.

Além disso, aglomerações em espaços abertos podem igualmente representar risco, já que a proximidade entre as pessoas é determinante do contágio.Os pesquisadores alertam ainda que somando-se a este quadro, estão eventos como festas de natal e ano novo e a chegada das férias escolares.

Covid em números

O Brasil tem hoje cerca de 60% da população com esquema vacinal completo, com uma estimativa de 1.15 óbitos por milhão de habitantes, segundo dados disponíveis Our World In Data.

Os dados registrados na Semana Epidemiológica (SE) 45, de 7 a 13 de novembro pelo Boletim do Observatório mostram também um ligeiro aumento dos valores de indicadores da transmissão da covid-19. Segundo o relatório, foram notificados uma média diária de 11,4 mil casos confirmados e 260 óbitos por covid-19. 

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De acordo com a Fiocruz, esses valores representam um pequeno aumento do número de casos registrados, 1,9% ao dia, e do número de óbitos, 1,2% ao dia, em relação à semana anterior (31 de outubro a 6 de novembro). 

Os pesquisadores apontam que a taxa de letalidade também vem caindo no país. Atualmente está na faixa de 2,3%. Segundo a análise, apesar de ainda ser considerada elevada em relação aos padrões internacionais, a tendência comprova a efetividade da campanha de vacinação.
 

Fonte: BdF Rio de Janeiro

Edição: Jaqueline Deister