Rio de Janeiro

Investigações

Justiça determina bloqueio dos bens do ex-prefeito do Rio Eduardo Paes

Denúncia aponta indícios de direcionamento de licitação para formação de oligopólio de empresas de ônibus

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Ex-prefeito disse que prestará esclarecimentos "para que a decisão [da Justiça] seja modificada" - Tomaz Silva/Agência Brasil

A Justiça do Rio de Janeiro determinou na noite da última terça-feira (20) o bloqueio dos bens do ex-prefeito Eduardo Paes (DEM), que é candidato à prefeitura da capital fluminense. O desembargador Gilberto Matos aceitou denúncia do Ministério Público que aponta indícios de direcionamento de licitação em favor de empresas de ônibus que já atuavam no ramo. Com isso, se manteria o oligopólio no setor.

De Eduardo Paes, do ex-secretário municipal de transportes Paulo Roberto Santos Figueiredo e da Rio Ônibus (Sindicato das Empresas de Ônibus da Cidade do Rio de Janeiro) o bloqueio soma R$ 240 milhões.

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Na decisão, o desembargador também tornou indisponíveis os bens até o valor de R$ 511 milhões dos Consórcios Intersul, Internorte, Transcarioca e Santa Cruz, e das respectivas empresas líderes Real Auto Ônibus, Viação Nossa Senhora de Lourdes, Viação Redentor, Expresso Pégaso.

Na denúncia oferecida ao Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ), o Ministério Público alega ter ocorrido prática de custeio em duplicidade das gratuidades no transporte público por ônibus intermunicipais, o que teria gerado prejuízo aos cofres públicos e também dupla oneração de usuários do transporte público na capital fluminense.

Presidente da CPI dos Ônibus na Câmara Municipal, o vereador Tarcísio Motta (Psol) disse que tentou convocar diversas vezes o ex-prefeito para depor. O relatório da CPI acabou sendo reprovado em votação no plenário, mas, segundo o parlamentar, ele serviu de base para as denúncias do Ministério Público.

Nas redes sociais, Paes disse que fará os devidos esclarecimentos para que a decisão seja modificada. Ele afirmou que a capital fluminense tem a maior rede de ensino do Brasil, com 641 crianças nas escolas públicas, e que a opção por ressarcir as empresas para custear as passagens gratuitas para estudantes foi escolhida "para evitar o aumento da tarifa para os usuários de ônibus".

Edição: Eduardo Miranda