Rio de Janeiro

Inédito

Niterói (RJ) inicia testagem em massa da população para covid-19

Ao todo, 50 mil testes serão disponibilizados no município; a expectativa é testar um a cada 10 habitantes

Brasil de Fato | Niterói (RJ) |
Ao todo, 42 unidades do programa médicos de família, além de policlínicas e unidades básicas de pronto-atendimento realizarão os testes rápidos na cidade - Foto: Jaqueline Deister/ Brasil de Fato

O município de Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro, lançou nesta sexta-feira (17) a testagem rápida para covid-19. Ao todo, são 50 mil testes que serão disponibilizados para profissionais da saúde e pacientes com sintomas leves da doença. 

A ação é mais uma etapa do programa de combate ao avanço do coronavírus na cidade. Segundo a Fundação Municipal de Saúde de Niterói, a meta para os próximos meses é testar até uma pessoa para cada 10 habitantes do município. O secretário municipal de Saúde, Rodrigo Oliveira, explicou que a medida permitirá um mapeamento das áreas mais afetadas e ajudará na implementação de ações para evitar que covid-19 continue se espalhando. 

“São testes sorológicos que a gente identifica o anticorpo e aplica a partir do oitavo dia do início de sintomas. O Ministério da Saúde testa uma pessoa a cada 2.850 habitantes da população. Para se ter uma ideia, a Coreia do Sul testa um a cada 110 e Niterói está com uma meta de, ao longo dos próximos meses, conseguir testar até uma pessoa para cada 10 habitantes da cidade. Com isso, a gente vai conseguir ampliar e detalhar melhor como está a distribuição e circulação do vírus para identificar as prioridades e definir de forma mais precisa as ações territoriais do enfrentamento ao coronavírus”, ressaltou Oliveira.

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Atualmente, os testes disponibilizados pelo Ministério da Saúde permitem apenas a testagem de profissionais de saúde com suspeita da doença e pessoas com síndrome respiratória aguda grave que precisa de internação.

O comerciante Francisco Azevedo, de 54 anos, já estava sendo monitorado pela equipe de médicos da família e realizou o teste rápido, nesta sexta-feira (17), na Clínica da Família Dr. Antônio Peçanha, no bairro Fonseca. Após 10 minutos, o resultado deu positivo para covid-19. 

“Estou há 11 dias afastado do trabalho, no isolamento, na quarentena. Eu comecei a sentir sintomas mais ou menos há uma semana, com febre, dor nas costas, tosse, muita indisposição e falta de apetite. Tomava dipirona, passava, mas retornava”, contou o comerciante que permanecerá sendo acompanhado pela equipe de médicos da família em isolamento domiciliar.


Francisco Azevedo recebe orientação de profissional da saúde após realizar teste / Jaqueline Deister/ Brasil de Fato

Azevedo tem condição de permanecer em casa, isolado do restante da família, para realizar o tratamento. Contundo, há pacientes que, por morarem com muitas pessoas, não têm possibilidade de seguir o protocolo do isolamento social. Segundo o secretário de Saúde de Niterói, para casos como esse, o município disponibilizará vagas em centros de referência de quarentena. 

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“Basicamente, quem testar positivo [para coronavírus] e for sintomático respiratório leve, o médico de família fará uma avaliação para ver se na na casa da pessoa tem condição de ficar em isolamento, ou seja, se ele tem um quarto só para ele; se consegue separar os utensílios. Caso afirmativo, ele fica em casa orientado e acompanhado diariamente pela equipe de médicos da família. Se não tem essa condição, porque a casa é pequena e tem muitas pessoas, a gente vai encaminhar a pessoa para um centro de referência de quarentena onde vai conseguir ficar o tempo necessário para garantir a quarentena com alimentação, apoio logístico e acompanhamento médico”, detalhou. 

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Ao todo, 42 unidades do programa médicos de família, além de policlínicas e unidades básicas de pronto-atendimento realizarão os testes rápidos na cidade. A Fundação Municipal de Saúde de Niterói reforça que os testes não estão disponíveis para toda a população e apenas deverá procurar a unidade de saúde para realizar o teste pessoas que estejam há oito dias apresentando sintomas respiratórios leves. 

O programa é operado pela equipe da prefeitura e pioneiro no país. A iniciativa conta com o apoio da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Universidade Federal Fluminense (UFF) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Edição: Mariana Pitasse