Minas Gerais

Artigo | A Campanha da Fraternidade acabou, o trabalho não

O trabalho para despertar a consciência das pessoas deve ser permanente

Belo Horizonte |
“Fraternidade e Amizade Social” foi o tema da Campanha da Fraternidade 2024 - Divulgação CNBB

No último domingo de páscoa terminou a quaresma e, junto com ela, chegou ao fim a Campanha da Fraternidade 2024, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cujo tema de 2024 foi “Fraternidade e Amizade Social”, e lema, “Vós sois todos irmãos e irmãs”. Embora a campanha tenha sido realizada na quaresma, tempo de conversão e preparação para a páscoa do Senhor, o tema deste ano não deve ser esquecido simplesmente porque se encerrou o período oficial de 40 dias.
 
Isso, não somente porque a Campanha da Fraternidade segue a palavra de Jesus, mas também a encíclica do Papa Francisco Fratelli Tutti, sobre a fraternidade e a amizade social. É muito importante a participação de todas as pessoas e da comunidade social para que a palavra do Senhor seja abraçada, anunciada e vivida por todos seguidores e seguidoras de Jesus Cristo.
 
Não é possível que todo o trabalho realizado nesses 40 dias de quaresma para despertar para a beleza da fraternidade humana e fortalecer os vínculos da amizade social, a fim de que, em Jesus Cristo, a paz torne-se uma realidade para todas as pessoas e os povos, seja esquecido porque um espaço de tempo determinado para trabalhar esse tema se esgotou.
 
O trabalho para despertar a consciência das pessoas para a importância da fraternidade entre os seres humanos deve ser permanente. Por isso, precisamos continuar trabalhando para que a paz seja uma realidade pessoal, comunitária, social e assim, o Reino de Deus seja engrandecido pelas obras boas realizadas pela humanidade.
 
O trabalho que foi feito nesses últimos dias foi muito importante, contudo, ainda há muitos conflitos da vida diária a serem superados. Precisamos reforçar o valor do diálogo entre as pessoas e os povos, para que o outro não seja visto como inimigo, mas como um sujeito que colabora na complementaridade para o fortalecimento da amizade social, sobre a qual, a indiferença é um grande mal.

A medida do amor com a qual somos chamados a amar os outros vem de Jesus. Não podemos desistir até que nos comportemos como irmãos e irmãs, de modo que vivamos a condição da irmandade, de amor verdadeiro. 


Elson Gomes Santana é coordenador geral da Kolping Minas Gerais 



Este é um artigo de opinião. A visão das autoras não necessariamente expressa a linha editorial do jornal
 

Edição: Leonardo Fernandes