Rio Grande do Sul

GENOCÍDIO

Conib pede cassação de Pedro Ruas (PSOL) por denúncias contra crimes de guerra

Vereador de Porto Alegre tem condenado no plenário os ataques de Israel contra o povo palestino no Oriente Médio

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Pedro Ruas se soma aos diversos políticos ao redor do mundo que denunciam o genocídio na Palestina - Foto: Alexandre Garcia

Dois pedidos de cassação de mandato contra o vereador de Porto Alegre Pedro Ruas (PSOL) estão em andamento, um na Câmara de Vereadores e outro no Ministério Publio Estadual (MPRS). Ambos foram feitos por integrantes da Confederação Israelita do Brasil (Conib) por conta do discurso feito no plenário pelo vereador, que condenou o genocídio que o Estado de Israel está cometendo contra o povo palestino na Faixa de Gaza e na Cisjordânia.

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Esses crimes de lesa humanidade já causaram, até o dia de hoje, conforme a denúncia de Ruas, a morte de mais de 31.700 palestinos, na sua imensa maioria civis – entre eles 13.450 crianças, 8.500 mulheres e 1.050 anciãos –, além de 78.000 feridos e 8.100 desaparecidos.

A isso se somam o deslocamento forçado de quase 2 milhões de palestinos, a destruição de toda infraestrutura de Gaza – água, luz, saúde, educação e centros de assistência da ONU – e a demolição de 60% das moradias, tornando inabitável Gaza e impedindo o retorno das famílias palestinas expulsas, em uma verdadeira limpeza étnica. E, agora, Israel prepara-se para atacar a cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, para onde obrigou a irem os palestinos de Gaza.

Na noite de quinta-feira (14), durante uma reunião com cerca de 70 entidades entre partidos políticos e movimentos sociais, na sala Adão Preto da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, o ex-deputado estadual Raul Carrion lançou um abaixo assinado contra os pedidos de cassação de Ruas. Ele justificou que “os crimes de guerra de Israel já foram denunciados na Assembleia Geral da ONU, que exigiu por ampla maioria o cessar fogo na Palestina – o que o governo de Netanyahu se nega a fazer – e na Corte Internacional de Justiça de Haia, que acolheu a denúncia de genocídio feita pela África do Sul – endossada por dezenas de países" e reconheceu que existem “provas credíveis de que Israel está a cometer atos de genocídio em Gaza”.

Da mesma forma, vários chefes de Estado têm denunciado o genocídio em andamento na Palestina – entre eles o presidente do Brasil, Luís Inácio Lula da Silva, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, o Presidente da Turquia Recep Tyiip Erdogan, a Autoridade Palestina e o próprio Secretário Geral da ONU António Guterres”.

O documento defende que "processar o Vereador Pedro Ruas e tentar cassar o seu mandato por ele ter, de forma corajosa, denunciado o genocídio que Israel realiza na Palestina – denunciado em todo o mundo – além de descabido é uma afronta à livre manifestação de pensamento e à inviolabilidade parlamentar em relação a palavras e opiniões. E, mais do que tudo, é uma afronta ao povo palestino, massacrado pelo Estado de Israel".


 
 

 

 

Edição: Marcelo Ferreira