Rio de Janeiro

Cobrança

Comissão da Alerj cobra Cedae e Águas do Rio melhor qualidade no abastecimento

Colegiado pedirá às empresas relatório para apurar se são adotados critérios equivalentes na Zona Sul do Rio e Baixada

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Um aspecto abordado durante a reunião foram as interrupções do fornecimento de água ao longo do verão - Agência Brasil

A Comissão de Saneamento Ambiental, da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), cobrou da concessionária Águas do Rio e da Companhia Estadual de Água e Esgotos (Cedae), em reunião extraordinária, realizada na última terça-feira (20), que o fornecimento de água seja feito sem interrupções e atendendo aos mesmos critérios em todas as regiões. O colegiado pedirá a cada uma das empresas relatório para apurar se são adotados no caso do abastecimento da Baixada Fluminense os parâmetros utilizados para a distribuição de água à Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro.

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A audiência foi realizada após a comissão receber de moradores de São João de Meriti, na Baixada Fluminense, e de Miracema, no Noroeste Fluminense, áreas atendidas pela Águas do Rio, denúncias de interrupções e má qualidade na prestação do serviço. O presidente da comissão, deputado Jari Oliveira (PSB), comentou que a isonomia no fornecimento é fundamental. "A gente defende o princípio da isonomia. Vamos fazer requerimento para saber se a mesma quantidade de água fornecida à Zona Sul chega também à Baixada", afirmou.

Outro aspecto abordado durante a reunião foram as interrupções do fornecimento de água ao longo do verão. Deputados receberam as reclamações de moradores do bairro Tomazinho, em São João de Meriti, que afirmaram estar há nove dias sem água. Além disso, habitantes de Vilar dos Teles, na mesma cidade, também relataram ao colegiado intermitência no fornecimento de água, ao longo dos últimos meses.

O diretor-presidente da Cedae, Aguinaldo Ballon, explicou que, devido às fortes chuvas que atingiram a região em janeiro, o alto volume de água fez com que não fosse possível realizar o tratamento de forma adequada. De acordo com a Águas do Rio, apenas em São João de Meriti, houve 117 horas de interrupção do fornecimento, ao longo daquele mês e um aumento de 256% nas quedas de energia, o que também teria afetado a distribuição de água.

Em seguida, o diretor-superintendente da Águas do Rio, Sinval Andrade, pontuou que as interrupções no serviço, provocadas pelas chuvas, foram situações inéditas. Por sua vez, o coordenador de operação das redes de distribuição da concessionária de energia elétrica Light na Baixada Fluminense, Wilson Frez, disse que o tempo de resposta à Cedae e Águas do Rio, em casos de queda de energia, foi de, no máximo, seis horas.

Durante a reunião foi cobrado que Cedae e Águas do Rio façam os investimentos necessários para que esses problemas não se repitam no próximo verão. Ballon afirmou que a expectativa da Cedae é que o Novo Guandu esteja em funcionamento em até três anos, inicialmente tratando 12 mil litros de água por segundo para a Baixada Fluminense. De acordo com a companhia, a capacidade será aumentada gradativamente até chegar a 24 mil litros por segundo. Já o diretor-superintendente da Águas do Rio na Baixada Fluminense, Luiz Fernando Fabbriani, explicou que a concessionária irá instalar mais 10 bombas d'água naquela localidade.

Situação pontual?

Um grupo de moradores de Miracema compareceu à reunião. Eles denunciaram a má qualidade no fornecimento feito pela Águas do Rio na cidade e apresentaram um vídeo no qual a água tem uma coloração escura. Além disso, alegaram que a concessionária estaria cobrando a tarifa comercial na fatura de residências - nas quais seus moradores têm pequenas atividades econômicas - como se fossem grandes estabelecimentos.

O diretor Sinval Andrade afirmou à comissão que analisará cada caso individualmente e disse que o problema da coloração da água foi uma "questão pontual", provocada pelo desgaste na tubulação de ferro fundido que atende ao município.

A comissão cobrará à Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Estado do Rio de Janeiro (Agenersa) para que realize uma fiscalização a fim de atestar a qualidade da água e identificar os motivos de eventuais interrupções do serviço,

"É inadmissível os moradores de Miracema receberem água nas condições que a população de lá mostrou aqui. Uma água preta", finalizou o presidente da comissão.

*Com informações do portal da Alerj.

Edição: Mariana Pitasse