Paraná

EDIÇÃO 329

EDITORIAL. Escola cívico-militar não é a solução para os problemas do povo!

Na Lei 20338/20, palavras como ciência, tecnologia e profissionalismo não aparecem sequer uma vez

Curitiba (PR) |
Governador Ratinho Junior (PSD), em visita à escola cívico-militar de Jandaia do Sul - Foto: Ari Dias/AEN

O governador Ratinho Jr persiste na tentativa de implementação de escolas cívico-militares no Paraná, apesar do encerramento do programa nacional.

A acelerada proposta de militarização das escolas ocorrida em novembro tem gerado grande mobilização por parte dos professores, estudantes e pais contra a Lei Estadual 20338/20, que institui o Programa Colégios Cívico-Militares estadual, com cooperação entre a Secretaria da Educação e do Esporte e a Secretaria de Estado da Segurança Pública.

Visto que o tema da segurança pública causa comoção na sociedade, sobretudo nas periferias abandonadas, sem políticas públicas efetivas, a questão central para esse debate é a reflexão sobre a quem interessa esse tipo de escola.

Na Lei 20338/20, palavras como ciência, tecnologia e profissionalismo não aparecem sequer uma vez.

Em contrapartida, termos como civil, militar e disciplina aparecem diversas vezes.

Do ponto de vista pedagógico, é um modelo que foca em uma educação hierárquica e autoritária, beneficiando, sobretudo, os militares que têm o direito à acumulação de cargos públicos previsto na Emenda Constitucional aprovada em 2019 no governo Bolsonaro.

As atuais mobilizações da comunidade escolar contra a militarização das escolas levantam o debate crucial sobre os possíveis impactos causados pela implementação desse modelo.

Edição: Pedro Carrano