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COVID-19

Com baixa vacinação, Curitiba tem aumento do número de casos de Covid-19

Pesquisador explica que nova variante é responsável pelo crescimento da contaminação na cidade

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A taxa de vacinação da dose de reforço contra Covid-19 em Curitiba está em 28,85% - Giorgia Prates

 

O boletim emitido pela Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba (SMS) em 1 de novembro registrava que, na última semana de outubro, houve aumento de casos de Covid-19. O total de novas confirmações foi de 3.049, média de 436 casos por dia. Na semana anterior, a média era de 282 casos diários.

Ainda no boletim da primeira semana de novembro, houve registro de oito mortes por Covid-19, com vítimas que, segundo a SMS, tinham comorbidades. Seis delas não haviam tomado a vacina bivalente, a mais recente.

A taxa de vacinação da dose de reforço contra Covid-19 em Curitiba está em 28,85%, ou seja: menos de 436 mil pessoas imunizadas em um universo de 1,5 milhão de pessoas aptas a receber o reforço vacinal.

O diretor do Centro de Epidemiologia da SMS, Alcides Oliveira, diz que talvez a baixa adesão tenha acontecido por falta de informação a respeito da função dessa dose. “Com o passar do tempo, a vacina vai perdendo a eficiência, por isso é importante que a população tome a de reforço, que será eficaz contra formas graves da doença”, diz.  

De acordo com a SMS, a vacina bivalente está disponível nas unidades de saúde para todas as pessoas com 18 anos ou mais desde o dia 16 de maio deste ano. Além da vacina bivalente, os pontos de vacinação permanecem oferecendo as doses recomendadas da vacina para todas as faixas etárias, em formulações específicas, de acordo com o preconizado pelo Ministério da Saúde. 

 

 

Nova variante

“O vírus SARS-COV-2 tem uma capacidade muito marcante de mudar muito rapidamente, isso significa que está constantemente tentando escapar do controle imunológico e eventualmente surgem variantes que conseguem, mas não chega a trazer letalidade que tínhamos antes de termos a vacina”, explica o professor Emanuel Maltempi de Souza, do Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Coordenador da vacina contra covid-19 produzida pela UFPR, o professor aponta que o aumento de números de casos se deve a uma nova subvariante da Omicron. “Mesmo as pessoas vacinadas são suscetíveis a essa subvariante. Porém, o número de mortes não acompanha o número de casos, porque o escape ao sistema imune é parcial, permite o desenvolvimento da doença, mas não de forma grave”, diz.

A última subvariante a ser considerada “Variante de Interesse” pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é a denominada E.G.%. “É possível que essa subvariante tenha chegado em Curitiba e esteja em processo de substituição da subvariante anteriormente prevalente”, conclui o professor.

Edição: Lia Bianchini