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Após mobilizações, construtora desiste de empreendimento na Mata do Havaí, em BH

Movimentos querem que área rica em biodiversidade se torne protegida

Belo Horizonte (MG) | Brasil de Fato MG |
Foto da mata do Havaí - Foto: Reprodução/ Google

Após mais de dois anos de batalha em defesa da Mata do Havaí, que fica em Belo Horizonte, a comunidade do Cercadinho e o Movimento SOS Mata do Havaí obtiveram uma grande vitória nesta semana: a construtora Precon, interessada em construir um condomínio com quatro torres no local, desistiu da obra.

O acordo, intermediado pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), também conta com as assinaturas da Prefeitura de Belo Horizonte e do Instituto Guaicuy, que presta assessoria técnica à comunidade.

Com 30 mil metros quadrados, a Mata do Havaí abriga uma rica biodiversidade, com pelo menos oito nascentes, além de fauna e flora típicas do Cerrado e da Mata Atlântica.

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Todo esse patrimônio está localizado na região Oeste da capital mineira, que tem um dos menores índices de área verde por habitante do município.

A bacia do Cercadinho, que recebe as águas das nascentes da mata, alimenta o Rio das Velhas, um dos mais importantes no abastecimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).

Mobilização da comunidade

Em abril de 2021, 927 árvores protegidas por leis foram derrubadas, levando a comunidade, por meio do Instituto Guaicuy, a ajuizar uma ação civil pública contra a licença para supressão vegetal obtida pela empresa junto à prefeitura.

Neide Pacheco, que é coordenadora do Movimento SOS Mata do Havaí e do Núcleo Cercadinho, do projeto Manuelzão, comenta a vitória alcançada. Ela também pede a desapropriação do terreno e sua conversão em área de preservação permanente (APP).

"É uma vitória para toda a cidade, que possui poucas matas. E, as poucas que restam as empreiteiras estão interessadas em comprar para fazer os seus condomínios. A nossa está salva, por enquanto. Nós vamos continuar a luta para que a prefeitura faça da área uma APP, onde a comunidade possa usufruir de forma íntegra", complementa Neide.

Segundo ela, a luta da comunidade remonta a 2009, quando moradores conquistaram a abertura de um processo para reconhecimento da área como patrimônio ambiental do município. O projeto, porém, ficou parado, tornando o bairro alvo de empreendimentos do setor imobiliário, como o que ameaçava a Mata do Havaí.

Edição: Larissa Costa