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Criança baleada na Ilha do Governador (RJ) será enterrada nesta segunda-feira (14)

Menina de cinco anos brincava dentro em casa, no Morro do Dendê, quando foi atingida durante ação policial

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
PM não sabe como a morte de Eloá ocorreu e nega que havia operação no interior da comunidade - Reprodução/Redes sociais

O corpo de Eloá Passos, de 5 anos, que morreu baleada na favela do Dendê, na Ilha do Governador, zona Norte do Rio, neste final de semana, será enterrado no cemitério da Cacuia nesta segunda-feira (14). 

Uma prima da Eloá contou que a menina estava “brincando, pulando na cama” quando foi atingida dentro de casa durante uma ação da Polícia Militar no sábado (12). Com a morte de Eloá, sobe para 15 o número de crianças mortas em tiroteios no Rio de Janeiro nos últimos dois anos, segundo a ONG Rio de Paz.

Leia mais: Criança de 5 anos e jovem de 17 são mortos na Ilha do Governador (RJ) durante ações da PM

Além da menina, Wendel Eduardo, de 17 anos, também morreu baleado na mesma ação. O adolescente foi enterrado no cemitério da Cacuia, na Ilha do Governador, na tarde do último domingo (13).

Moradores acusam a PM pelas mortes. A corporação afirma que o jovem "portava uma pistola na cintura" e teria atirado contra os agentes, resultando em sua própria morte na garupa de uma moto. Familiares afirmam que Wendel estava voltando para casa com um mototáxi quando foi atingido. Ele, que era o caçula de mais dois irmãos, completaria 18 anos nesta segunda (14).

Segundo a nota da Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro, uma equipe do 17º Batalhão da Polícia Militar "teve atenção voltada para dois homens em uma motocicleta, na Rua Paranapuã, na Ilha do Governador, onde o ocupante de carona [que seria Wendel] portava uma pistola". 

Já em relação a Eloá Passos, a PM informou que não sabe como a morte ocorreu e nega que havia uma operação no interior da comunidade. O tiro que atingiu a criança teria sido disparado no entorno da comunidade do Dendê durante uma manifestação de moradores pela morte de Wendel mais cedo naquele dia. 

"Um procedimento apuratório foi instaurado para averiguar a conjuntura das ações e a corregedoria da corporação acompanha os trâmites do caso. As imagens das câmeras corporais dos policiais serão disponibilizadas para auxiliar nas investigações", finaliza a nota da PM.

Edição: Clívia Mesquita