Pernambuco

TRANSPORTE PÚBLICO

Rodoviários entram em greve e metroviários fazem paralisação no Recife nesta quarta (26)

Paralisação unificada pretende pressionar por acordo salarial das duas categorias e é contra a privatização do metrô

Brasil de Fato | Recife (PE) |
Metroviários do Recife paralisam atividades por 48 horas a partir desta quarta (26) - Sindimetro PE

Desde a 0h desta quarta (26) os trabalhadores do sistema rodoviário do Recife e Região Metropolitana estão em greve por tempo indeterminado e os metroviários paralisam suas atividades por 48 horas. Na manhã desta quarta, os sindicatos das categorias estimam que apenas 27% da frota de ônibus está em operação e todo o atendimento do metrô está paralisado. 

O Sindicato dos Rodoviários do Recife e Região Metropolitana entrou em greve após diversas tentativas de acordo com o sindicato patronal, o Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros no Estado de Pernambuco (Urbana-PE), que propôs em reunião na terça (25) R$ 18 de aumento de ticket refeição e R$ 15 de gratificação para os motoristas que exercem dupla função após a retirada dos cobradores. A categoria está na luta em busca de aumento real no salário da categoria, plano de saúde e ticket de alimentação de R$ 500. 


Rodoviários entraram em greve por tempo indeterminado / Sindicato dos Rodoviários do Recife

Em nota, o sindicato denuncia que “os transtornos causados à população são de responsabilidade da Urbana-PE e do Governo Raquel Lyra, que em momento algum se preocupou em mediar qualquer negociação entre o sindicato e os empresários”. Além disso, a recomendação foi de que os grevistas ficassem em casa, “para evitar represálias e intimidações por parte do patronal”. Confira a nota na íntegra clicando aqui.

Quem também paralisa as atividades hoje é o Sindicato dos Metroviários de Pernambuco. A pauta da categoria é o pedido de reajuste salarial e a oposição à inclusão da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) no Plano Nacional de Desestatização (PND). A categoria já havia paralisado as atividades no último dia 12 com a mesma pauta de reivindicação.

Paralisação unificada

A junção da paralisação das duas atividades tem o objetivo de causar impacto e fazer com que as negociações avancem, de acordo com o presidente do Sindicato dos Metroviários, Luiz Soares. “Estamos juntos, os metroviários e rodoviários por um único propósito: a luta dos trabalhadores e trabalhadoras para que possamos avançar nas negociações dos acordos coletivos e também na luta contra a privatização do metrô do Recife. Essa unidade traz pra gente a garantia de que poderemos avançar nas conquistas”.

Aldo Lima, presidente do Sindicato dos Rodoviários, reforça a necessidade da unidade das categorias. “A luta por um transporte público de qualidade passa pelas categorias que é responsável por transportar os passageiros que giram a economia do estado, por isso a importância na unidade em defesa do metrô e do transporte público rodoviário de qualidade”, afirma. 

Leia: Trabalhadores e usuários do sistema ferroviário em PE criticam concessão à iniciativa privada

Além do reajuste do piso salarial, os metroviários pautam também a necessidade de estabilidade dos empregos e a realocação dos funcionários para outro órgão, caso o metrô do Recife seja privatizado. Todos esses pontos estão previstos no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2023/2025.

Há um acordo assinado entre a categoria e a CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos) desde 19 de junho deste ano, mas o que foi acordado não vem sendo cumprido, de acordo com a categoria. Outra solicitação é que o Governo Federal retire a CBTU do Programa Nacional de Desestatização (PND), cumprindo a promessa feita pelo presidente Lula durante a campanha eleitoral, de não desestatizar nenhuma empresa pública.

Em nota, a CBTU Recife declarou que "lamenta a decretação de greve de 48h a partir da meia noite de ontem, 25, mas respeita a decisão da categoria, contudo não poderia deixar de assistir a população e por isso, deu entrada  em pedido judicial para cumprimento do serviço nos horários de pico, das 5h30 às 8h30 e das 17h30 às 19h30".

A equipe do Brasil de Fato tentou contato com a Urbana PE e a Secretaria de Mobilidade e Infraestrutura do Governo de Pernambuco, mas não houve retorno até o fechamento desta matéria. O espaço segue aberto.


Em atualização
 

Edição: Vanessa Gonzaga