Rio Grande do Sul

MANIFESTAÇÃO

Neste sábado tem ato contra ameaça de cassação de parlamentares e criminalização do MST

A deputada Fernanda Melchionna e o Movimento Sem Terra promovem atividade a partir das 12h no Armazém do Campo

Brasil de Fato | Porto Alegre |
O ato vai contar com apresentações artísticas, presença de políticos, intelectuais e militantes - Divulgação

A deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL-RS), junto com o Movimento Sem Terra (MST), realiza um ato político em Porto Alegre para denunciar a perseguição às parlamentares mulheres que enfrentaram o Marco Temporal na Câmara dos Deputados, bem como a tentativa de criminalização dos movimentos sociais com a CPI do MST.

A manifestação ocorre neste sábado (22), a partir das 12h, no Armazém do Campo, na Rua José do Patrocínio, 888, Cidade Baixa, em Porto Alegre. Já estão confirmadas as participações da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL/SP) e Orlando Silva (PCdoB/SP).

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Tramita no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados um processo de cassação dos mandatos das parlamentares Fernanda Melchionna (PSOL-RS), Sâmia Bomfim (PSOL-SP), Célia Xakriabá (PSOL-MG), Talíria Petrone (PSOL-RJ), Érica Kokay (PT-DF) e Juliana Cardoso (PT-SP). A representação, de autoria do Partido Liberal, foi resultado do enfrentamento das parlamentares que se posicionaram de forma contundente contra o Marco Temporal.

Ao mesmo tempo, também ocorre na Câmara a CPI do MST. Segundo a deputada, comandada por bolsonaristas, "a Comissão é uma tentativa de criminalizar movimentos sociais legítimos e se tornou palanque da extrema direita".

Segundos os organizadores, o ato do dia 22 de julho busca unir forças contra estes ataques e mostrar para a população a perseguição machista e misógina que existe na Câmara dos Deputados. Além de demonstrar apoio ao MST, que enfrenta sucessivos ataques da extrema direita por reivindicar o direito de lutar pela reforma agrária.

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“Sabemos que a extrema direita ataca diretamente as mulheres que lutam por outras mulheres, para tentar frear a força imparável do feminismo, que foi um dos principais obstáculos da consolidação de uma linha autoritária no Brasil, e os movimentos sociais que reivindicam o direito de lutar. Mas não nos intimidarão. É momento de unirmos forças e enfrentarmos com altivez essa perseguição que retrata o conservadorismo, a misoginia e o machismo. Vamos juntos gritar que ‘lutar não é crime’”, destaca Melchionna.

Para a a dirigente nacional do MST, Salete Carollo, os objetivos políticos da direita com a CPI do MST são muito claros. "Eles querem impedir o avanço da reforma agrária, da luta pela terra e derrotar nosso projeto de agricultura popular camponesa para manter a hegemonia do agronegócio e esconder os crimes que este comete."

Segundo ela, é a CPI da extrema direita do campo que usa o MST como bode expiatório para ofuscar a CPI do 8 de janeiro. "Tendo em comum um projeto político popular e a perseguição deste, nos unimos às seis parlamentares ameaçadas de cassação. Precisamos denunciar estes processos de violência de gênero, não só na institucionalidade, mas na sociedade como um todo", afirma Carollo.

O ato, que vai contar com apresentações artísticas, presença de políticos, intelectuais e militantes, será realizado em dois momentos: às 12h ocorre um almoço coletivo com produtos da reforma agrária (reserve pelo Whatsapp 51 9981-4837), e às 14h o ato político.


Edição: Katia Marko