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Light pede à Aneel aumento da tarifa como solução para aliviar crise financeira

Mesmo com a crise, a companhia distribuiu para R$ 94, 5 milhões para os acionistas em dividendos em dezembro de 2022

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
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A Light tem conseguido evitar o pagamento de vencimentos junto a debenturistas e outros credores financeiros por meio de uma liminar - Divulgação

A Light, uma das distribuidoras de energia do Rio de Janeiro, enviou à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), na semana passada, um pedido de revisão tarifária extraordinária. A solicitação demanda que a tarifa cobrada aos consumidores seja aumentada porque o valor arrecadado atualmente seria “insuficiente para garantir o equilíbrio econômico-financeiro da concessão”.

No entanto, segundo informações do jornal O Globo, a companhia distribuiu para R$ 94,5 milhões para os acionistas em dividendos em 29 de dezembro de 2022.

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A concessionária, por sua vez, afirmou em nota enviada à imprensa que vem há uma década sobrevivendo com injeção de dinheiro dos acionistas e por meio de empréstimos e que o repasse foi aprovado pela diretoria da empresa.

“Nos últimos 10 anos, a empresa recebeu R$ 3,46 bilhões em aportes de capital da Light SA e distribuiu R$ 674 milhões em dividendos para a holding. No mesmo período, a dívida bruta da empresa saltou de R$ 3,4 bilhões para R$ 9,1 bilhões. A companhia tem um desequilíbrio financeiro por conta das dificuldades estruturais históricas da área de concessão, devido às particularidades do Rio de Janeiro”, diz trecho da nota.

De acordo com informações publicadas no jornal O Estado de São Paulo, o grupo anda com o caixa apertado e os credores da companhia têm pressionado a empresa, que busca negociar um prazo. Por isso, o Ministério de Minas e Energia também foi convocado para auxiliar na construção de uma solução.

Ainda segundo o jornal, a Light tem conseguido evitar o pagamento de vencimentos junto a debenturistas e outros credores financeiros por meio de uma liminar que cessou as cobranças para que haja uma mediação, por um prazo de 30 dias, prorrogáveis por igual período.

Pelo menos metade dos credores está questionando a liminar. Parte deles também se reuniu com a Aneel para expressar sua indignação e alertar sobre os riscos ao mercado.

A Light alega que com a mediação não quer obter descontos nos compromissos, mas prazo para que possa conquistar uma solução mais definitiva para sua distribuidora, o que passa pela renovação de seu contrato de concessão, já que o atual vence em 2026.

Edição: Mariana Pitasse