Rio Grande do Sul

REPERCUSSÃO

Políticos do RS se manifestam sobre atos terroristas em Brasília

Governador e secretário de Segurança anunciaram providências; políticos de direita condenaram atos, mas com ressalvas

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Golpistas invadiram e depredaram prédios do STF, Palácio do Planalto e Congresso Nacional - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Os atos terroristas de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro que invadiram as sedes dos Três Poderes neste domingo (8) geraram repercussão de figuras e entidades políticas gaúchas.

Ainda no domingo, movimentos populares e sindicais convocaram uma manifestação de repúdio nesta segunda-feira (9) em todo o país. Na Capital, o "Ato em defesa da democracia" acontece a partir das 18h, na Esquina Democrática (encontro da Borges de Medeiros com Rua dos Andradas).

Confira a lista de atos no Rio Grande do Sul

Porto Alegre - Esquina Democrática, às 18h.

Rio Grande - Largo Dr. Pio‬, às 18h.

‪Pelotas - Esquina Democrática‬, às 18h.

Santa Maria - Praça Saldanha Marinho‬, às 17h.

‪Caxias - Praça Dante, às 18h. ‬

‪Santa Cruz do Sul - Praça da Bandeira‬, às 18h.

Ijuí - em frente à Câmara de Vereadores, às 18h.

‪Lajeado - Parque dos Dick, às 18h.

Governador Eduardo Leite condenou os atos e irá para reunião em Brasília

O governador do RS Eduardo Leite (PSDB) classificou o ocorrido como "cenas criminosas". Afirmou também que as as forças de segurança do RS estão "prontas para resposta firme e imediata diante de qualquer tentativa de subversão da ordem". Também confirmou que estará nesta tarde (9) em Brasília para reunião da Presidência com os governadores.

O secretário de Segurança Pública do RS, Sandro Caron, afirmou que as forças policiais do estado já trabalham para identificar os gaúchos participantes dos atos, bem como seus financiadores, a fim de que sejam identificados para serem responsabilizados a partir de inquérito policial.

Também confirmou que não há mais movimentações na Refap, em Canoas, nem no Comando Militar do Sul, no centro da capital. Ressalta que resistem ainda 10 pontos de concentração de golpistas no RS, estando a Brigada Militar e o setor de inteligência atuando para cumprir a ordem de desmobilização.

Entidades abrem canais de denúncias

O Ministério da Justiça e Segurança Pública criou um canal para receber informações sobre os bolsonaristas que atacaram os prédios públicos em Brasília.

Para enviar dados e detalhes a respeito dos participantes dos atentados, cidadãos e cidadãs podem usar o endereço [email protected]. O Ministério ressalta: "Qualquer informação ou pista é bem-vinda". Todas as denúncias são anônimas e a identidade dos denunciantes será preservada.

O vereador de Porto Alegre Leonel Radde (PT/RS), que também é policial civil, informa que há um efetivo (Operação Bastardos Inglórios) que está recebendo denúncias de suspeitos do RS que participaram dos atos em Brasília.

Políticos apoiadores de Bolsonaro se manifestaram

Personalidades políticas do espectro da direita e apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro se manifestaram nas redes sobre as depredações de domingo (8). O candidato derrotado no segundo turno das eleições para o Executivo estadual em 2022, Onyx Lorenzoni (PL/RS), não se manifestou em suas redes sociais.

Seu filho, por sua vez, o deputado estadual Rodrigo Lorenzoni rechaçou o ocorrido. Porém, contemporizou, afirmando que "agressões, quebradeiras e invasões" são "práticas de Black Blocs, MST e grupelhos de esquerda".

O prefeito da capital gaúcha, Sebastião Melo (MDB), também repudiou "com veemência os atos", afirmando que "cenas como essas não combinam com a democracia".

Porém, o prefeito foi cobrado por sua atitude com relação às manifestações golpistas que se desenrolaram na Capital, com acampamentos em frente ao Comando Militar do Sul. O vereador Matheus Gomes (PSOL) questionou se Melo irá ajudar a identificar os financiadores de ônibus que saíram de Porto Alegre para Brasília.

Outro político bolsonarista que se manifestou foi o deputado federal mais votado do RS, Tenente-Coronel Zucco (Republicanos). "Sempre defendi a livre manifestação ordeira e pacífica. Infelizmente não foi o que vimos hoje."

O senador Luis Carlos Heinze (PP/RS), por sua vez, afirmou que "vivemos um momento de extrema violência que só ajudará a reforçar uma imagem negativa de quem luta dignamente pela democracia". Porém, também tentou justificar os atos em Brasília, afirmando acreditar que "a falta de respostas consistentes tenha gerado tamanha agressividade". Além disso, levantou a possibilidade de "infiltrados revelados em diversos vídeos que circulam na internet", sem, porém, apresentar os vídeos.

Por outro lado, também rechaçou imagens que mostravam a sua presença nos atos em Brasília, afirmando se tratar de imagens antigas.


:: Clique aqui para receber notícias do Brasil de Fato RS no seu Whatsapp ::

Edição: Katia Marko