Rio de Janeiro

AÇÃO POLICIAL

Artigo | Cotidiano mareense impactado por uma operação, mas o que incomoda a cidade do Rio?

Pelas redes sociais, moradores relatam que duas pessoas foram assassinadas e outras se encontram feridas

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Operação na Maré é coordenada pelas polícias Civil e Militar - Foto: Reprodução

Desde às 5h da manhã desta segunda-feira (26), moradores e moradoras do Conjunto de Favelas da Maré, na zona Norte do Rio de Janeiro, relatam violações que estão sofrendo por causa de mais uma operação policial. As favelas são: Baixa do Sapateiro, Morro do Timbau, Fogo Cruzado, Vila do Pinheiro, Vila do João, Salsa e Merengue.

A operação está sendo coordenada pelas polícias Civil e Militar mobilizando as forças especiais Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE), Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (CORE) e o Batalhão de Ações com Cães (BAC) com uso de helicópteros e carros terrestres blindados da polícia, os chamados "caveirões". A alegação é de que os 120 homens das forças policiais entraram para impedir investidas de uma facção contra outra.

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Pelas redes sociais, moradores relatam que duas pessoas foram assassinadas e outras se encontram feridas. Até o momento, há relatos de que os policiais invadiram o baile funk, revistaram moradores e mandaram correr e, também, bateram em algumas pessoas. Neste momento, há invasão às casas, inúmeros carros estão sendo quebrados, além de tiroteios em inúmeras ruas a todo o momento. 

Assim, como é o cotidiano da favela em dias de operações como esta, escolas, postos de saúde, comércio e tantos outros serviços estão parados. Muitos moradores não conseguiram sair para o trabalho ou para os seus outros compromissos pessoais. Internet e luz acabaram tendo seus serviços prejudicados em algumas áreas também.

Logo cedo, pela TV, o que vimos é que a Linha Vermelha e a Linha Amarela também ficaram fechadas. Ou seja, a operação policial que neste momento impacta diretamente a vida de cada morador e moradora da Maré não é o mais importante, mas sim o incômodo e a paralisação da cidade.

Afirmamos que a cada operação policial, a cada jovem negro e pobre assassinado em nossas favelas do Rio de Janeiro, deveriam paralisar a cidade em protesto. A cada operação é menos um dia em nossa favela. Queremos ter nosso cotidiano respeitado!

*Coletivo é formado por comunicadores que atuam no Conjunto de Favelas da Maré.

Edição: Jaqueline Deister