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Em encontro com Lula em São Gonçalo (RJ), evangélicos pregam esperança e união

Pastores e pastoras subiram ao palco para falar da realidade do país, da fome e do desemprego que assolam a população

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Encontro com o candidato do PT, o ex-presidente Lula, reuniu diversas lideranças religiosas evangélicas do Rio - Jaqueline Deister/ Brasil de Fato

Em agenda pelo Rio de Janeiro, o ex-presidente Lula esteve na manhã desta sexta-feira (9) num encontro com os evangélicos no município de São Gonçalo, na região metropolitana. O local escolhido para o ato foi o ginásio do antigo Clube Tamoio. 

Pastores e pastoras subiram ao palco para falar da realidade do país, da fome e do desemprego que assolam a população brasileira. As lideranças também usaram palavras da Bíblia para denunciar as mentiras e a propagação de ódio do atual governo. 

"Os adversários de Deus assumiram o controle dessa nação, mas isso vai ter fim, em nome de Jesus. Eles levaram o nosso povo à fome, à miséria, à angustia, nossos filhos perdendo a esperança, eles destruíram a educação, a soberania nacional, eles acabaram com o emprego. Nós vamos pelejar e a nossa arma, irmãos, é a palavra de Deus, que faz a verdade triunfar”, disse o pastor Ariovaldo Ramos, líder da Comunidade Cristã Renovada e coordenador nacional da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito.

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O pastor Alair Lima, da Primeira Igreja Batista de Alcântara, também esteve presente no ato de apoio ao candidato do Partido dos Trabalhadores. O líder trouxe reflexões baseadas em provérbios bíblicos para embasar a sua fala.

"Em Provérbios 29:2, diz-se que 'quando um governo justo governa, o povo se alegra, mas quando o governo não é justo, o povo geme'. Nosso povo está gemendo de fome, de falta de empregos”, afirmou a liderança.

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O encontro ainda contou com a participação da missionária Suelen Costa, que levantou o público com um canto de louvor. Uma carta de evangélicos e evangélicas ao ex-presidente também foi entregue. O documento condenou o aumento da violência e ressaltou a necessidade de um presidente que tenha serenidade e temperança para liderar o país.


Momento de oração ao final do ato em São Gonçalo / Jaqueline Deister/ Brasil de Fato

O momento mais aguardado da manhã foi o discurso de Lula, recebido com uma salva de palmas e carinho do público. O ex-presidente lembrou, emocionado, de sua história de vida e da força de sua mãe, Dona Lindu, que largou o ex-marido e criou, sozinha, os oito filhos. O candidato petista também destacou que sempre respeitou as igrejas e religiões de forma democrática. 

"Duvido que alguém tenha cuidado e garantido a liberdade de criar igreja e praticar a sua fé como eu. Por que eu fiz isso? Porque eu aprendi que o Estado não deve ter religião, não deve ter igreja, o Estado tem que garantir o funcionamento e a liberdade de quantas igrejas as pessoas quiserem criar", afirmou o presidente, que destacou que foi cinco vezes candidato e que nunca foi a uma igreja pedir voto. 

“Nunca fui numa igreja tentar usar um ato religioso para pegar voto. Na hora que o cidadão vai à igreja, ele vai para cuidar da sua fé, da sua espiritualidade, ele não está preocupado se o candidato é 'A' ou 'B', ali é o momento que ele está conversando com Deus e não quer que a gente se meta com a política", comentou.

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O candidato ao governo do estado do Rio de Janeiro pelo PSB, deputado federal Marcelo Freixo (PSB), esteve presente ao evento e lembrou de sua história como professor dentro do sistema penitenciário e do papel dos evangélicos com a população em situação de vulnerabilidade social.

"Vocês [evangélicos] têm uma coisa que o Brasil precisa, e a gente tem que ter isso na hora de governar, vocês acreditam no ser humano, nas pessoas, não interessa a cor, a religião, o sexo, o dinheiro que tem, a gente precisa governar para as pessoas e governar com a palavra 'cuidado'", destacou Freixo. 

Além das lideranças, de Lula e de Freixo, participaram do encontro o candidato do PT ao Senado pelo Rio de Janeiro, deputado estadual André Ceciliano; a deputada federal e candidata Benedita da Silva (PT); o candidato a vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB); a deputada federal, presidenta do Partido dos Trabalhadores e candidata Gleisi Hoffmann; o prefeito de Maricá, Fabiano Horta (PT), e o vice-presidente nacional do PT e candidato a deputado federal Washington Quaquá.

Edição: Eduardo Miranda