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Transporte público

Prazo para renovação da frota de ônibus do DF termina este mês

Apesar de dois adiamentos, deputado diz que nem todas as empresas concluíram a substituição

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
A poucas semanas do fim do prazo, algumas empresas do transporte público no DF ainda não concluíram a renovação da frotsa de ônibus; prazo não será prorrogado
A poucas semanas do fim do prazo, algumas empresas do transporte público no DF ainda não concluíram a renovação da frotsa de ônibus; prazo não será prorrogado - Paulo Ricardo Sobral

Termina no fim deste mês de agosto o prazo para que as empresas concessionárias do sistema de transporte coletivo do Distrito Federal efetivem a substituição dos veículos que rodam atualmente por ônibus novos. Durante a sessão ordinária da Câmara Legislativa do dia 3 de agosto o deputado distrital Chico Vigilante (PT) alertou sobre o cumprimento da medida.  

“Após dois adiamentos, nem todos efetuaram a troca”, afirmou o parlamentar, que citou algumas das empresas que ainda não teria concluído as trocas. “Segundo informações que chegaram ao meu conhecimento, as empresas Piracicabana, Pioneira e Urbe completaram a renovação da frota. Porém a São José, que atende Ceilândia e Brazlândia, bem como a Marechal não fizeram a substituição”, observou.

Para Vigilante, “a população pobre que anda de ônibus não aguenta mais”. O distrital ainda lembrou que já foram repassados às empresas, a título de subsídio, mais de R$ 1 bilhão.

A reportagem procurou a Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob) do DF, para saber do cumprimento da medida, mas até o fechamento da matéria, não houve retorno. 

As empresas que já renovaram 100% dos ônibus dentro do prazo foram a Piracicabana, Pioneira e Urbe, além da empresa pública TCB. A última prorrogação do prazo foi autorizada pela Câmara Legislativa em fevereiro deste ano, estendendo por mais 180 dias a data-limite. Esse seria o prazo médio solicitado pelas empresas para efetuar a troca por causa de um atraso das próprias montadoras e fabricantes de ônibus e peças, que não estão conseguindo entregar os pedidos no curto prazo.

Segundo o balanço apresentado à época, a empresa Marechal - que opera a Bacia 4 (Guará, Park Way/Arniqueiras, Águas Claras, Taguatinga e Ceilândia - precisa trocar 356 dos seus 464 ônibus. A São José - que opera a Bacia 5 (SAI, SAAN, SOF Norte, Estrutural, Vicente Pires, Taguatinga/norte da Hélio Prates/M Norte, Ceilândia Norte e Brazlândia) deverá trocar 435 dos cerca de 535 ônibus que possui atualmente. Já a Urbi, que opera a Bacia 3 (Núcleo Bandeirante, Riacho Fundo I e II, Recanto das Emas e Samambaia), adquiriu 314 veículos novos.

Repasse bilionário

Por conta da queda do número de passageiros durante os últimos anos, em decorrência da pandemia, o Governo do Distrito Federal (GDF) mais do que dobrou o repasse às empresas de transporte público para manter o equilíbrio econômico-financeiro do sistema. No ano de 2019, segundo a Semob, a previsão de gasto era de aproximadamente R$ 500 milhões com o pagamento do equilíbrio econômico-financeiro do contrato. Já este ano a previsão é de mais de R$ 1 bilhão pagamentos para garantir a saúde financeira das empresas e do sistema.

Pelo modelo atual dos contratos, o equilíbrio econômico do sistema é calculado com base no custo do transporte dividido pelo número passageiros. Com a redução do número de passageiros, aumenta-se o custo por passageiro no sistema. É por isso que, no DF, existe a metodologia da tarifa técnica, que é um valor que o governo tem que repassar às empresas regular e manter o preço da tarifa do usuário. 

*Com informações da CLDF.

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Edição: Flávia Quirino