Rio de Janeiro

De olho na merenda

Estudantes da rede estadual pedem reajuste de 30% para merenda escolar no RJ

Escolas têm substituído alimentos por outros mais baratos no cardápio, segundo Comissão de Educação da Alerj

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Verba destinada para merenda não tem sido suficiente para atender alunos da rede estadual - Ministério da Educação

Na última segunda-feira (18), estudantes da rede estadual de ensino do Rio de Janeiro entregaram um abaixo-assinado para o secretário de Estado de Educação, Alexandre Valle, pedindo aumento no valor repassado para a merenda escolar.

O documento com mais de 6 mil assinaturas é uma iniciativa da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) em parceria com movimentos estudantis. Desde março, a comissão reivindica um reajuste de 30% no valor destinado para compra da merenda tendo em vista o aumento do preço dos alimentos. 

Leia mais: Fome nas férias: crianças podem ficar sem realizar nenhuma refeição completa durante recesso

O deputado Flavio Serafini (Psol), que preside a Comissão de Educação na Alerj, disse que as escolas estão substituindo alimentos por outros mais baratos no cardápio.

"Desde o início do ano temos recebido várias denúncias e reclamações de que o dinheiro para a alimentação escolar não tem sido suficiente. Diretores se vêem obrigados a mudar os cardápios para garantir uma quantidade que atenda ao conjunto dos alunos. E esses estudantes, que nesse momento de fome, fazem suas principais refeições nas escolas têm reclamado da quantidade e da repetição de itens mais baratos no cardápio, como ovo no lugar de carne", afirmou.

Em nota, a Secretaria da Educação (Seeduc) informou vai destinar uma cota extraordinária de R$ 12 milhões para a alimentação escolar na próxima quarta-feira (20). O secretário Alexandre Valle disse que o valor atual depende da modalidade de ensino, variando de acordo com a relação horas/aula de cada unidade.

O texto acrescenta que a Seeduc que "a tabela de preço vigente tem como base as pesquisas da Fundação Getúlio Vargas, que deixaram de ser repassadas ao Tribunal de Contas do Estado pela própria FGV". Segundo a Comissão de Educação da Alerj, o Conselho de Alimentação Escolar, a Defensoria Pública e a Seeduc farão uma reunião para apresentar estudos técnicos sobre o reajuste.

Edição: Mariana Pitasse