Rio de Janeiro

MOBILIZAÇÃO

Levante Popular da Juventude completa 10 anos com encontro nacional em Niterói (RJ)

Com o lema "na luta por um Brasil para os brasileiros", o evento terá presença de Dilma Rousseff e João Pedro Stédile

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Levante Popular da Juventude realizou ação no quiosque Tropicália, no Rio, para exigir justiça por Moïse
Levante Popular da Juventude realizou ação no quiosque Tropicália, no Rio, para exigir justiça por Moïse - Matheus Alves/Levante Popular

O Levante Popular da Juventude vai realizar em Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro, o encontro nacional da militância que marca o aniversário de 10 anos da organização. Cerca de 1500 jovens são esperados pela organização na Universidade Federal Fluminense (UFF), entre os próximos dias 16 a 19, para uma série de atividades com o objetivo de reafirmar o compromisso do movimento social  “na luta por um Brasil para os brasileiros”, como afirma o lema do evento.

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A programação começa com uma análise de conjuntura realizada pela vice-presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Julia Aguiar, e o membro da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o economista João Pedro Stédile. Já na sexta-feira (17), um ato político vai celebrar a primeira década do Levante Popular da Juventude com a presença de parceiros históricos e figuras políticas como a ex-presidenta Dilma Rousseff (PT).

Para Maíra Marinho, da coordenação nacional do Levante no Rio, o momento é de reencontro após anos de isolamento, mas também de elaboração sobre o futuro do país. Desde 2016 a organização não realiza um encontro presencial e agora pretende renovar o compromisso político para o próximo período tendo em vista a aproximação das eleições deste ano.

“Para um movimento de juventude, essa troca é muito importante. É saber como o Levante está se construindo nos estado, reconhecer novidades que surgem da criatividade da militância, experiências cotidianas. Os encontros nacionais trazem muito esses momentos. É uma grande oportunidade às vésperas das eleições de animar nossa turma e nos colocar à disposição do povo brasileiro, considerando os desafios de 2022”, afirma Maíra.

 

Renovação

Ao longo de 10 anos, o movimento organizou e foi protagonista de importantes lutas para a juventude e a classe trabalhadora no país. Em 2012, uma onda de escrachos aos torturadores da ditadura civil-militar foi o símbolo da nacionalização do Levante.

Outros marcos foram as lutas contra a redução da maioridade penal e o extermínio da juventude negra, a denúncia do golpe contra Dilma e, mais recentemente, as campanhas de solidariedade.

Maíra Marinho pontua que a estratégia de fortalecer o trabalho de base nos últimos anos garantiu que as ações chegassem a mais pessoas, principalmente durante a pandemia. Por isso, a atuação nas favelas e periferias urbanas continua prioritária para o Levante. 

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"No momento que o povo brasileiro esteve sem uma retaguarda do governo, as organizações populares construíram uma série de campanhas de solidariedade em todo Brasil. Entendemos que era a maior forma de contribuição da esquerda no contexto que o governo Bolsonaro minimizava a pandemia, e que o auxílio emergencial foi uma luta e depois reduzido”, reforça a militante.

Ela considera que um novo desafio para o Levante será pensar sua participação institucional enquanto movimento popular. “Sabemos que o resultado dessas eleições vão ser fundamentais para saber como vamos construir a luta no próximo período", avalia.

Um dos objetivos do encontro em Niterói é acolher a juventude que começou a integrar o Levante durante a pandemia. Para Maíra, vivenciar o espaço de construção dos eventos “significa uma formação política importante”.

“Também queremos apresentar para a esquerda brasileira o acúmulo do Levante na formulação do ‘Programa Popular para a Juventude’, considerando os 10 anos de movimento”, completa.

Edição: Mariana Pitasse