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Coluna

O povo não aguenta mais tantos aumentos nos preços: inflação é culpa do Bolsonaro

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A inflação medida pelo IPCA acumulou 12,13% nos últimos 12 meses, o maior patamar desde outubro de 2003
A inflação medida pelo IPCA acumulou 12,13% nos últimos 12 meses, o maior patamar desde outubro de 2003 - Bolsocaro
A disputa de projetos colocada para 2022 é sobre o brasileiro voltar a se alimentar de forma digna

Tem sido desesperador para as mães de família do Rio de Janeiro, na capital e no interior, cada ida ao mercado para se deparar com novos aumentos em itens básicos de sua cesta alimentar.

Só em abril, o tomate ficou 22,25% mais caro, e isso depois de ter subido 6,55% em março, segundo dados da Fundação Getulio Vargas (FGV).

As altas consecutivas nos preços, particularmente nos alimentos, mas também transportes e outros custos de vida, têm deteriorado a renda das famílias e a inflação chegou ao nível mais alto para o mês de abril em 26 anos (maior alta desde 1996).

Num cenário que afeta a todos os estados da nação, o Rio de Janeiro, infelizmente, ocupa o topo da lista entre os mais afetados pela alta dos preços.

A inflação medida pelo IPCA acumulou 12,13% nos últimos 12 meses, o maior patamar desde outubro de 2003 (13,98%). Para o mês, o Rio de Janeiro teve a maior alta, com 1,39%.

Em abril, os principais impactos vieram de alimentação e bebidas e dos transportes, que contribuíram com cerca de 80% do IPCA do mês. Em alimentos e bebidas, a alta foi puxada pela elevação dos alimentos para consumo no domicílio (2,59%): leite, batata-inglesa, tomate, óleo de soja, pão francês e carnes.

O salário de hoje não consegue comprar nem de longe a quantidade de comida que comprava há poucos anos atrás e a consequência é a volta da fome às mesas dos trabalhadores e das trabalhadoras. De acordo com pesquisa do Instituto Ipsos, a pobreza e a desigualdade social são as questões que mais afligem a população do país, apontadas por 41% dos entrevistados.

Hoje, mais de 116 milhões de brasileiros e brasileiras se encontram em situação de insegurança alimentar.

Para 19 milhões, é comum passar mais de 24 horas sem comer nada, uma realidade inaceitável em um país com tanta terra como o Brasil, que havia saído do Mapa da Fome da ONU em 2014 e, com Bolsonaro, voltou a figurar entre as nações com mais pessoas famintas. 

Precisamos pôr fim a esta situação de alta dos preços, que vem gerando uma verdadeira calamidade. E nós temos as respostas! A reforma agrária é uma solução para os problemas no campo e na cidade, diminuindo o desemprego e eliminando a fome com a produção e distribuição de alimentos saudáveis.

As altas consecutivas nos custos de vida precisam ser enfrentadas pelo Estado nos diversos níveis, do federal ao estadual, com políticas públicas de aquisição e estocagem de alimentos, por exemplo, entre outras medidas de incentivo à agricultura camponesa. Mas também na mudança do regime de preços dos combustíveis, hoje vinculado ao dólar e alinhado aos interesses externos. As recentes altas no diesel prometem seguir alavancando os preços finais das mercadorias nas prateleiras. Portanto, o controle deve ser coordenado, em diferentes direções. 

A disputa de projetos colocada para 2022 é sobre o brasileiro voltar a comer de forma digna, pelo menos três vezes ao dia. Tenho dito que Lula nos coloca a oportunidade de formular e recolocar um Projeto Popular para o Brasil, com soberania e um desenvolvimento aliado aos povos e à natureza.

Porém, muito antes disso, precisaremos de um Plano Emergencial já para janeiro de 2023. Temos a missão de  enterrar o bolsonarismo e desfazer a deterioração da renda e o aumento vertiginoso dos preços, passo essencial para acabar com a fome de novo. A esperança está viva em nossas mãos.

*Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.

Edição: Mariana Pitasse