Minas Gerais

RESISTÊNCIA

Brasil de Fato MG e MST recebem livros da biblioteca particular de José Maria Rabelo

Em ato simbólico, família do jornalista, falecido no fim de 2021, doou mais de mil exemplares

Belo Horizonte (MG) | Brasil de Fato MG |
O ato simbólico foi conduzido pela família do jornalista durante a Feira de Arte e Cultura da Reforma Agrária - Foto: Ágatha Azevedo

“De alguma forma, somos parte e continuidade desta história”, declarou Larissa Costa, do jornal Brasil de Fato MG, ao receber o acervo com mais de mil livros, entre exemplares dos jornais Binômio e Pasquim, da biblioteca particular do jornalista José Maria Rabelo.

O ato simbólico foi conduzido pela família do jornalista durante a Feira de Arte e Cultura da Reforma Agrária, no último sábado (30), em Belo Horizonte.  Após a morte de José Maria Rabelo, os filhos decidiram doar os livros para o Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e para o Brasil de Fato MG.

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“Meu pai criou um dos primeiros jornais de esquerda do país e por conta disso sofreu, chegando a ser exilado na Bolívia, no Chile e na França. Meu pai com certeza ficaria muito feliz de saber que doamos os livros para quem é da luta, como ele era”, afirma Fernando Rabelo.

Conheça José Maria Rabelo

Falecido aos 93 anos, no dia 29 de dezembro de 2021, José Maria Rabelo foi um dos precursores da imprensa popular brasileira. Junto a Euro Arantes, o jornalista fundou em 1952 o semanário Binômio, criado para fazer oposição ao governo de Juscelino Kubitschek, em Minas Gerais, e fechado pela Ditadura Militar, em 1964.

Por sua atividade política, José Maria Rabelo foi exilado com sua família durante o regime. Em 1979, quando voltou ao Brasil, Rabelo ajudou a dirigir o semanário “O Pasquim”.

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Em artigo publicado pelo Brasil de Fato MG, o jornalista João Paulo Cunha destaca que a coragem e a verdade eram duas características marcantes de Rabelo. 

“Onde todos encontravam barreiras, ele via desafios. Quando a situação não estava lá muito boa, ele era capaz de animar o coro dos descontentes com um horizonte de superação possível. Foi assim no jornalismo e na vida, que para ele não eram universos separados.”, conta. 

 

Edição: Elis Almeida