Rio de Janeiro

DOCUMENTÁRIO

Anistia Internacional lança filme sobre atuação do Ministério Público no controle de polícias

Organização cobra empenho nas investigações de mortes de pessoas negras em operações policiais 

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
anistia internacional
Documentário tem estreia para convidados nesta quarta-feira (27), às 20h, no Museu do Amanhã, no Rio - Divulgação

A Anistia Internacional Brasil lança nesta quarta-feira (27) o documentário "Descontrole: o Ministério Público no Centro das Atenções", sobre a atuação do Ministério Público no controle da atividade policial, inclusive nas investigações envolvendo mortes de pessoas negras em ações e operações policiais.

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A exibição será para artistas, familiares de vítimas, representantes da sociedade civil, membros do sistema de justiça, ativistas e parceiros da organização, às 20h, no Museu do Amanhã, na zona portuária do Rio de Janeiro.

Segundo a Anistia, a partir de dados recentes da rede de Observatórios de Segurança Pública, a cada quatro horas, uma pessoa negra é morta pela polícia em seis estados brasileiros. O Rio de Janeiro é o estado que mais mata negros em operações e intervenções policiais.

Para a Anistia Internacional Brasil, é urgente cobrar para que o Ministério Público cumpra com seu dever institucional de garantir um controle externo e participativo da atividade policial condizente com os parâmetros de direitos humanos. A entidade também pede fiscalização e transparência do órgão estadual, no acesso e acompanhamento de familiares nas investigações.

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Para a diretora-executiva da organização, Jurema Werneck, o MP tem o dever constitucional de controle externo da atividade policial e precisa se antecipar e compreender os crimes que acontecem sob sua jurisdição, agindo para que eles não aconteçam. Ela diz também que o MP precisa estar aberto ao diálogo e colaboração.

"Há um padrão explicito de assassinatos de jovens negros e pobres em todo país pelas armas das polícias, portanto é preciso enxergar e enfrentar o racismo, é preciso entender as causas por trás dos desvios das polícias e atuar para corrigir. E a sociedade civil pode contribuir para a efetividade desta atuação", alerta Jurema Werneck.

 

Edição: Eduardo Miranda