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Vozes da periferia: Programa Bem Viver Vozes debate cultura de quem vive na margem das cidades

Produções culturais periférica permitem compreender os processos humanos, sociais e econômicos das cidades

Ouça o áudio:

Periferias são, cada vez mais, espaços de intensa produção cultural - Tânia Rêgo / Agência Brasil
Dicionário online reúne termos clássicos cantados pelos Racionais MCs

A cultura das periferias das grandes cidades são produções fundamentais para compreender os processos humanos, sociais e econômicos das manchas urbanas brasileiras. Trata-se de inovações penadas a partir da realidade dos moradores desses locais, que dialogam e atendem suas necessidades.

Esse é um dos temas centrais da edição de hoje (25) do programa bem viver, uma produção repercute uma conversa do Programa "Papo na Laje" com o motorista de aplicativo Edilson de Souza e a trabalhadora ambulante Alinny Gomes, que vivenciam os desafios das periferias e propões soluções.

Além disso o programa apresenta o "Dicionário Capão", uma iniciativa que reúne pelo menos 450 gírias cantadas pelo grupo de rap Racionais Mc's. A proposta do idealizador do projeto, Hugo Cacique, é ecoar a diversidade de linguagens e narrativas das periferias.

O "Dicionário Capão" é um trabalho online, mas que deve ganhar uma versão impressa ainda neste ano. Além disso, deve ser levado para escolas públicas.

Saúde

O Bem Viver entra em um assunto sério e urgente: a incidência de câncer na população brasileira. Em 10% das cidades brasileiras, a doença é a principal causa de mortes.

Com a pandemia de covid-19, diagnósticos e tratamentos foram impactados.

Um estudo do Instituto Nacional do Câncer (Inca) aponta que um dos motivos para a incidência de câncer na população é a contaminação por agrotóxicos, que chega a população até pela água, nas torneiras.

Homenagem a Angeli

O paulistano de Casa Verde, Arnaldo Angeli Filho tomou a decisão se aposentar devido ao diagnóstico de afasia, uma doença degenerativa, que recentemente casou também a aposentadoria do ator Bruce Willis.

Foram décadas de cartuns com olhar crítico, humor agressivo e capacidade de síntese das transformações que ocorrem no país.

Agora, dos chamados "Los Três Amigos Oficias", apenas a cartunista Laerte se mantém na ativa. O terceiro, Glauco, morreu há 12 anos, assassinado junto com seu filho Raoni. O quarto, não-oficial do grupo, Adão Iturrusgarai, também está em atividade.

Angeli começou a desenhar aos 14 anos, inspirado em nomes como Jaguar, Millôr e Ziraldo. Mas também teve forte influência de autores ícones da chamada contracultura e do underground. Assim, destacam-se os trabalhos do americano Robert Crumb e do francês Georges Wolinski.

Filho de pai funileiro e mãe costureira, e admirador do avô ferreiro, Angeli compartilhou seus primeiros traços na revista “Senhor”. A partir de 1973, passou a publicar na “Folha de S. Paulo”, e a colaborar com diversos periódicos.

A afasia é uma doença, que ainda não tem cura, afeta a linguagem e faz parte das chamadas doenças demenciais, assim como Alzheimer.

O anúncio do fim dos desenhos de Angeli vem acompanhado da notícia de que a Companhia das Letras está organizando uma seleção de seu trabalho, que deverá ter aproximadamente mil obras, reunidas em dois volumes, com publicação prevista ainda para este ano. O projeto é organizado pelo editor André Conti e Carolina Guaycuru, mulher do cartunista.


Confira como ouvir e acompanhar o Programa Bem Viver / Brasil de Fato

Sintonize

O programa Radinho BdF vai ao ar às quartas-feiras, das 9h às 9h30, na Rádio Brasil Atual. A sintonia é 98,9 FM na Grande São Paulo e 93,3 FM na Baixada Santista. A edição também é transmitida na Rádio Brasil de Fato, às 9h, que pode ser ouvida no site do BdF.

Em diferentes dias e horários, o programa também é transmitido na Rádio Camponesa, em Itapeva (SP), e na Rádio Terra HD 95,3 FM.

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Edição: Sarah Fernandes