Minas Gerais

DESIGUALDADE

Editorial | Para Romeu Zema, professor tem que ser pobre

Parcela mais pobre da sociedade é a que mais sofre com política ultraneoliberal e de Bolsonaro (PL) e Zema (Novo)

Belo Horizonte (MG) | Brasil de Fato MG |
Parece que, para o governador, está tudo bem uma professora da rede estadual, com mais 25 anos de sala de aula, receber pouco mais de R$ 2 mil - Foto: SindUTE MG

Quanto você recebe por mês? Você tem que escolher qual conta pagar? Luz, água, aluguel ou comida? Essa a realidade de boa parte da população brasileira, mineira ou belorizontina. Pelo menos, a parcela moradora das grandes e médias cidades, assalariada, que recebe os tão suados R$1.212 por mês.

E é essa parcela da sociedade que mais está vivendo o impacto da política ultraneoliberal e genocida de Jair Bolsonaro (PL) e Romeu Zema (Novo). O retrato da mesma velha política da direita, que privilegia grandes empresários e que acha um absurdo pobre frequentar aeroporto.

É urgente defender remunerações dignas

Não é por acaso que a fome voltou no país. Além do desemprego que bate recorde atrás de recorde, a cesta básica aumentou em todas as 17 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Em Belo Horizonte, o valor da cesta básica atingiu quase R$ 700. Ou seja, para uma família se alimentar com o básico, é gasto quase 60% do salário mínimo líquido.

:: Leia mais notícias do Brasil de Fato MG. Clique aqui ::

E é óbvio que a conta não fecha. Não é possível ter dignidade quando não se tem dinheiro para comprar comida. E moradia? E transporte?

Graças à solidariedade e as estratégias coletivas nas periferias, a situação fica um pouco melhor.

Não há dignidade sem comida

Por exemplo, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) já doou milhares de toneladas de alimentos saudáveis para as cidades, o Movimento de Trabalhadoras e Trabalhadores por Direitos (MTD) já distribuiu milhares de marmitas pelas periferias do país a fora. Isso tudo sem o Estado, que mais uma vez se ausenta e deixa a população mais pobre morrer à míngua. Sem dó, nem piedade.

Zema é ruim de negócio

Em Minas Gerais, o empresário Romeu Zema, que nunca teve que decidir entre pagar a conta de luz ou comprar um leite para seus filhos, veta os aumentos adicionais para professores, servidores da segurança e para os da saúde. Segundo ele, Minas não tem como pagar. Mas, e se houvesse o fim das isenções fiscais para as mineradoras e grandes empresas? E se a prioridade fosse o serviço público oferecido a população?

:: Receba notícias de Minas Gerais no seu Whatsapp. Clique aqui ::

Parece que, para o governador, está tudo bem uma professora da rede estadual, com mais 25 anos de sala de aula, receber pouco mais de R$ 2 mil. Ou um técnico de saúde e um professor da Universidade Estadual de Minas Gerais não receber sequer um salário mínimo. Para a elite, da qual Zema faz parte, servidor público tem que ser pobre mesmo.

Reduzir a desigualdade

Por isso é urgente defender remunerações dignas, a valorização do salário mínimo e políticas públicas de distribuição de renda que sejam eficazes na melhoria da qualidade de vida da classe trabalhadora. E que possibilitem que as pessoas se alimentem bem.

Pessoas bem alimentadas conseguem pensar melhor, ter pensamento crítico. O Brasil de Fato MG, mais uma vez, se solidaria com as lutas das categorias em luta contra a política intransigente de Romeu Zema (Novo) e reafirma seu compromisso com as trabalhadoras e trabalhadores mineiros. 

Edição: Elis Almeida