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Greve de ônibus paralisa o Rio, mas sindicato acata decisão judicial e suspende mobilização

Sindicato reclama reposição salarial por inflação desde 2019 e acusou Justiça de favorecer vontade de empresários

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
ônibus greve
Pontos e terminais rodoviários da capital fluminense amanheceram sem ônibus nesta terça-feira (29) - Tânia Rêgo/ABr

A greve de funcionários do setor rodoviário do Rio de Janeiro, decidida na última segunda-feira (28), paralisou o funcionamento dos ônibus urbanos na capital fluminense desde o início da madrugada desta terça-feira (29). Poucos ônibus circularam na cidade e toda a frota do sistema BRT ficou nas garagens.

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No fim da manhã, o Sintrucad-Rio, sindicato da categoria, acatou a decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região que considerou a greve ilegal. O Judiciário impôs multa diária de R$ 200 mil, caso a greve persista, e determinou que o sindicato se abstenha de deflagrar o movimento. A Justiça também designou a segunda-feira da semana que vem para uma audiência de conciliação para discussão do dissídio coletivo.

Em nota, o sindicato lamentou "mais essa intervenção do Judiciário que favorece os patrões em detrimento do direito básicos dos trabalhadores e irá entrar com o recurso cabível". O Sintrucad-Rio disse que espera reverter a decisão "com a mesma rapidez em que os patrões obtiveram a liminar e requererá novamente" a aplicação da lei para reivindicações básicas dos rodoviários.

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Na noite de ontem, a Rio Ônibus, que reúne mais de 30 empresas de ônibus da capital e o sistema BRT e que opera quatro consórcios na cidade, afirmou em nota que tem priorizado o pagamento dos rodoviários e a manutenção dos empregos, mas que o reajuste reivindicado pelos trabalhadores "depende de ações externas, já que três dos quatro consórcios se encontram em recuperação judicial".

O Sindicato afirma que vem tentando, desde setembro do ano passado, um diálogo com os empresários para negociar a reposição do piso salarial e da cesta básica pela inflação acumulada desde 2019. A categoria se queixa de não ter reajustes salariais há três anos.

Edição: Eduardo Miranda