Rio de Janeiro

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Prefeitura do Rio apreende mercadorias no centro e ambulantes buscam diálogo

Movimento dos camelôs afirma que a ação vai na contramão do que foi prometido pela Secretaria de Ordem Pública

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Uruguaiana
Ambulantes foram retirados do entorno do Edifício Central e da Estação Carioca no centro do Rio - Divulgação

Dias após serem recebidos por representantes da Prefeitura do Rio, trabalhadores ambulantes foram surpreendidos por uma operação da Secretaria de Ordem Pública (Seop) que apreendeu mercadorias na última quinta-feira (17) no centro da cidade. No total, 555 camelôs estão cadastrados para atuar na região.

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O Movimento Unido dos Camelôs (Muca) afirma que a ação vai na contramão do que foi prometido em reunião na última terça (15) com o secretário da pasta, Brenno Carnevale.

“Na ocasião, Carnevale garantiu que não retiraria os trabalhadores e, também, que forneceria autorização para quem ainda não tivesse permissão para trabalhar. Apenas 48 horas após a promessa, o secretário ordenou a remoção dos camelôs e a apreensão das mercadorias”, afirma o Muca em comunicado.

Em nota ao Brasil de Fato, a Seop informou que comerciantes foram retirados do entorno do Edifício Central e da Estação Carioca do Metrô Rio “por motivos diversos, como ausência de autorização para exercício da atividade, material deixado em via pública e a ausência do titular ou auxiliar da licença”.

Sem especificar, a pasta afirmou que algumas solicitações dos ambulantes já estavam em processo de análise e terão retorno em algumas semanas. E ainda que o programa “Ambulante em Harmonia”, implementado em quatro localidades (Bonsucesso, Méier, Cacuaia/Ilha do Governador e Taquara), será ampliado em 2022. Um dos objetivos é “harmonizar os espaços públicos entre o comércio constituído, pedestres e os ambulantes”.

Em busca de diálogo, a coordenadora do Muca Maria dos Camelôs protocolou um ofício na prefeitura exigindo uma reunião com Eduardo Paes (PSD). O movimento cobra uma série de promessas feitas à categoria durante sua campanha eleitoral.

“Ordenando que sua Guarda Municipal truculenta retire trabalhador das calçadas, sem criar alternativas, você está tirando a oportunidade de um trabalhador garantir o sustento de sua família”, escreveu Maria para o prefeito nas redes sociais.

Os materiais de pequeno e médio porte apreendidos pela Seop são enviados para Bonsucesso, na Zona Norte. Já os de grande porte podem ser recuperados no bairro Anil, local da Zona Oeste que fica a mais de 17km do centro do Rio.

Edição: Clívia Mesquita