Paraná

COVID E PREVENÇÃO

Artigo | É preciso coragem para dizer “sim” ao passaporte da vacina

80% dos internamentos por covid-19 são de pessoas não vacinadas ou com o ciclo vacinal incompleto

Curitiba (PR) |
Passaporte Vacinal no Ceará passou a ter apresentação obrigatório desde a última segunda-feira (22) - Marcello Casal Júnior/Agência Brasil

Em muitos países o passaporte da vacina já é uma realidade, especialmente naqueles considerados de “primeiro mundo”. Isto porque, com maior consciência da população sobre a importância da ciência, a exigência de comprovação da imunização para adentrar em locais públicos ou privados é encarada com maior tranquilidade e, até mesmo, civilidade.

Por aqui, no dia 9de fevereiro, tivemos uma demonstração contrária. Em poucos minutos, parlamentares aprovaram um requerimento que solicitava regime de urgência para um projeto de lei que proíbe a exigência do passaporte sanitário no Paraná. A mesma boa vontade não foi vista com o PL 371/2021, de minha autoria, que pede o passaporte sanitário desde agosto do ano passado. O objetivo do PL 371/2021 é bem simples: estimular a vacinação e salvar vidas.

Democracia exige respeito a ideias contrárias, o que não houve com o PL 371/2021, uma vez que nem sequer foi discutido em plenário ainda, mas um projeto contrário será votado às pressas. Essa situação é perfeitamente entendível num país em que o presidente é um negacionista e temos dezenas de representantes políticos que também flertam com o negacionismo. Sendo assim, não é difícil encontrar pessoas que condenam a ciência nas mais diversas instituições. Na esfera política não é diferente, afinal, os representantes eleitos representam as convicções de parte de seus eleitores.

Afinal, temos visto, dia após dia, que a vacina salva vidas. Realmente, não impede a infecção pelo vírus, mas diminui a carga viral e suas consequências, uma vez que 80% dos internamentos por covid-19 são de pessoas não vacinadas ou com o ciclo vacinal incompleto.

Espero que a sensatez também adentre algumas instituições, instituições essas que impactam milhares de vidas. Espero que aqueles que vociferam agarrados na defesa do direito de ir e vir, lembrem-se que para ir e vir é preciso estar vivo e com saúde.  

Porém, buscam manipular a informação ao tentarem ser aqueles que defenderam o direito de ir e vir, em vez de serem aqueles que votaram contra à vida. Essa é uma estratégia conhecida da direita, a manipulação de fatos. Induzir a opinião pública sob uma perspectiva falseada.

Na sessão desta última quarta-feira, chamei atenção para o fato de que, não precisa ser apresentado um novo projeto sobre a mesma matéria, bastava que os deputados tivessem a coragem de votar “não” para um projeto que visa única e exclusivamente valorizar a vida. Por isso, eu sigo em frente, mesmo que acompanhado de uma minoria, mas sigo defendendo um direito, que deveria ser inviolável, a vida.

Edição: Pedro Carrano