Pernambuco

AGROECOLOGIA

Lojas e centros de economia solidária ajudam a popularizar alimentos agroecológicos nas cidades

Além dos produtos in natura, os centros escoam produção de agroindústrias, cooperativas e empreendimentos familiares

Brasil de Fato | Recife (PE) |
Os espaços são mais um esforço para viabilizar as atividades produtivas das diversas de iniciativas econômicas solidárias - Divulgação/Agroecoloja

Em tempos de “agro é pop”, a agricultura familiar tem traçado suas próprias estratégias para produzir e comercializar alimentos livres de venenos e transgênicos. Mas, para que o alimento vá do campo até a mesa com qualidade e preço justo, é necessário que cidades tenham centros de comercialização especializados, que respeitem o processo de produção de cada alimento e valorizem o trabalho de todos que fazem cada ingrediente sair da terra e chegar às prateleiras.

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Neste sentido, a economia solidária tem transformado a vida de muitos agricultores e agricultoras do Semiárido através de uma nova lógica de escoamento e comercialização dos produtos da agricultura familiar através dos Centros Públicos de Economia Solidária (CESOL), que são referência no assunto, reunindo e ampliando iniciativas que geram trabalho e renda.

É o que aponta aponta Aline Craveiro, coordenadora do CESOL Sertão do São Francisco, localizado na cidade de Juazeiro (BA).“O centro público vem com com toda essa essa gama de ações para a qualificação desses empreendimentos, orientação e para que esses esses grupos vivam da renda, do produto, da economia solidária”, afirma.


Leide (ao centro) viu as vendas e o alcance do seu empreendimento familiar aumentar após a parceria com o CESOL / Arquivo Pessoal

E foi assim que Leidiane Gomes, produtora e agricultora do Assentamento São Francisco, também em Juazeiro, foi descoberta pelo CESOL através da sua marca "Doce da Leide", que trabalha com bolos, doces e sobremesas. Ela é um dos vários exemplos de como é possível vender alimentos livres de veneno a preços justos e respeitando as relações de produção.

“A gente costuma dizer que o empreendimento familiar do Doce da Leide ele tem um marco, antes e depois do CESOL. A gente tem visto o peso maior que empreendimento ganhou e a visibilidade no mercado.”, se orgulha a produtora, que viu suas vendas melhorarem após o aprimoramento dos produtos e o aumento das vendas.

As lojas especializadas em produtos agroecológicos auxiliam na venda de produtos locais, como o “Doce da Leide”, e também os oriundos de outras regiões do país no mercado, como é o caso da Agroecoloja, no Recife (PE), que reúne alimentos da agricultura familiar do Semiárido pernambucano, mas comercializa também produtos de outras estados, com foco na valorização da cadeia produtiva da Agroecologia.

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“A partir desses produtos agroecológicos a gente está fornecendo para os consumidores uma facilidade de acesso a esses produtos que muita gente não conhecia e ao mesmo, tempo do ponto de vista dos agricultores e agricultoras, a gente está fortalecendo também esse vínculo, esse trabalho”, destaca Alexandre Rocha, gerente da Agroecoloja.

Esses espaços são mais um esforço para viabilizar as atividades produtivas das diversas de iniciativas econômicas solidárias, que resistem e constroem um novo modelo de economia contribuindo para o desenvolvimento econômico de forma justa, sustentável e acima de tudo solidária. Quem desejar mais informações, pode visiar as redes sociais do @cesolssf e da @agroecoloja.recife.
 

Edição: Vanessa Gonzaga