Rio de Janeiro

Caso Henry

Em primeiro pronunciamento após prisão, Jairinho afirma que Henry pode ter sido envenenado

Em carta enviada à imprensa, ex-vereador ainda argumenta que foi vítima da espetacularização da investigação criminal

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
O discurso de Jairinho apresentado na carta está alinhado com sua estratégia de defesa - Brunno Dantas/TJ-RJ

Em carta enviada à imprensa, o ex-vereador Jairo Souza Santos Júnior, conhecido como Jairinho, fez seu primeiro pronunciamento após ser preso em abril do ano passado. No texto, publicado pelo portal Uol, ele se defende, negando ter torturado e matado o enteado de 4 anos, Henry Borel Medeiros.

Na versão defendida pelo ex-vereador, ele afirma que tinha uma boa relação com o filho de sua então namorada, a professora Monique Medeiros da Costa e Silva, e sugere que menino possa ter sido vítima de causas naturais, ter chegado doente do fim de semana com o pai, o engenheiro Leniel Borel de Almeida, ou até sido envenenado.

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“Não se sabe se foi morte natural. Infarto? Doença no fígado? Não se sabe se ele já veio doente do pai (Leniel), bateu em algum lugar, foi envenenado, emboscado. Se ele passou mal no dia, no apartamento. Não se sabe a causa da morte”, diz em trecho da carta.

Jairinho ainda argumenta que foi vítima da espetacularização da investigação criminal e da criação de um enredo de condenação antecipada, que incitou a “ordem pública”.

Segundo o portal Uol, o discurso de Jairinho apresentado na carta está alinhado com sua estratégia de defesa: ele afirma ser inocente, mas não explica o que aconteceu na noite da morte de Henry. Ao longo do texto, repete várias vezes que não houve agressão.

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O julgamento do caso está em andamento no Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ). As últimas audiências de instrução e julgamento aconteceram nos dias 14 e 15 de dezembro. Nas sessões, Jairinho e Monique Medeiros estiveram frente a frente pela primeira vez e puderam ouvir o que disseram duas testemunhas de acusação e outras 13 convocadas por ambas as defesas.

Duas testemunhas faltaram por motivos de saúde e a expectativa é que sejam ouvidas no dia 9 de fevereiro – data marcada pela juíza Elizabeth Louro Machado para interrogar também Jairinho e Monique.

Edição: Mariana Pitasse