Rio de Janeiro

OLIMPÍADA

Justiça do RJ condena Cabral e Nuzman por compra de votos para escolha do Rio em Jogos de 2016

Ex-presidente do COB recebeu a pena de 30 anos de prisão, mas poderá recorrer da sentença em liberdade

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Nuzman Cabral
Ex-governador e ex-presidente do COB são acusados de esquema de compra de votos para Rio sediar Jogos Olímpicos de 2016 - Olivier Morin/AFP

A Justiça do Rio de Janeiro condenou Carlos Arthur Nuzman, ex-presidente do COB (Comitê Olímpico Brasileiro), e o ex-governador Sérgio Cabral (MDB) pela compra de votos na escolha da capital fluminense para os Jogos Olímpicos de 2016. A sentença foi determinada na última quinta-feira (25) pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª vara federal criminal do Rio de Janeiro.

Nuzman recebeu a pena mais alta: 30 anos e 11 meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. O ex-dirigente poderá recorrer da sentença em liberdade. 

O ex-governador Sérgio Cabral recebeu a pena de 10 anos e oito meses de prisão. Já Leonardo Gryner, braço direito de Nuzman e ex-diretor de operações do Comitê Rio 2016, foi condenado a 13 anos e 10 meses de reclusão.

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Em 2017, Nuzman chegou a ser preso pela Polícia Federal, mas ele obteve o benefício da prisão domiciliar. Na época, o Ministério Público Federal justificou o pedido de prisão pela tentativa de Nuzman ocultar bens, valores em espécie e 16 quilos de ouro que estariam em um cofre na Suíça. O ex-presidente do COB é acusado de intermediar a compra de votos de integrantes do Comitê Olímpico Internacional (COI).

O juiz determinou que os três paguem R$ 3,8 milhões por danos morais coletivos como forma de reparação pelos danos decorrentes da corrupção. O trio foi condenado à perda do cargo, emprego, função ou mandato eletivo pelo prazo de oito anos.

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As condenações são resultado da operação "Unfair Play", deflagrada para investigar a compra de votos para a escolha do Rio como Cidade Olímpica. A denúncia apontou a ponte entre o governo Cabral e o empresário Arthur Soares, conhecido como Rei Arthur, para financiar a fraude. 

Vivendo atualmente em Miami, nos Estados Unidos, Rei Arthur é considerado o maior foragido da justiça brasileira. Na semana passada, a Justiça Federal no Rio de Janeiro concedeu a ele o direito à prisão domiciliar com a condição que ele retorne imediatamente ao Brasil. Arthur foi denunciado por pagar US$ 1 milhão em propina ao ex-presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) Paulo Melo (MDB) para obter vantagens e proteção em contratos de suas empresas com o governo Cabral.

Edição: Eduardo Miranda