Rio Grande do Sul

Consciência Negra

Sindicato defende que a importância da representatividade precisa ir além do discurso

Para servidores e funcionários ligados ao Sintergs, o Dia da Consciência Negra deve ser um dia de reflexão 

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Carlos (E) e Alex (D) trabalham no Sintergs - Foto: Suria Liz

“Mesmo sendo um espaço de luta e de reivindicação por direitos, o mundo sindical ainda reflete muitas das contradições da nossa sociedade. Uma delas é a participação da população negra nos espaços de direção”. A avaliação é do estudante de direito e estagiário do Sindicato dos Servidores de Nível Superior do Poder Executivo do RS (Sintergs), Carlos Alberto Machado Alves, em alusão aos 50 anos do Dia da Consciência Negra, a ser celebrado neste sábado, 20 de novembro. 

Para o analista de sistemas Alexsandro da Silva, funcionário do Sintergs há 13 anos, a pauta antirracista precisa estar sempre presente, e não apenas no Dia da Consciência Negra. Ele destaca a importância de mais leis para garantir a igualdade e também da conscientização da branquitude sobre os seus privilégios. O analista observa também que o sindicato ainda é “branco e masculino”, um reflexo dos espaços de poder na sociedade. 

Diante disso, o estudante Carlos Alberto sugere a reflexão: quantos sindicatos nós conhecemos que têm na presidência uma pessoa negra? E na diretoria, quantos são negros ou negras? “Mesmo sendo um espaço de luta e de reivindicação por direitos, o mundo sindical ainda reflete muitas das contradições da nossa sociedade. Uma delas é a participação da população negra nos espaços de direção”, avalia o estagiário. 

Militante do Levante Popular da Juventude, Carlos Alberto ressalta que mesmo sendo a maioria da população brasileira, os negros e negras ainda ocupam pequenos espaços de prestígio e de poder. “E não é porque temos menos capacidade, ou porque somos menos inteligentes, mas porque a nossa sociedade sofre ainda do racismo estrutural, que historicamente relegou aos negros e negras os espaços à margem”, ressalta o estudante.

"O sindicato não pode ficar em uma ilha, apenas na discussão de pautas corporativas. Precisamos de reflexão, debates e de práticas intra e extramuros. Essa mudança é responsabilidade de todos”, afirma a diretora Angela Antunes. A dirigente destaca que ainda é necessário ampliar o espaço para estas discussões, bem como o apoio a ações afirmativas.

*As informações são da Assessoria do Sintergs-Sindicato


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Edição: Marcelo Ferreira