Rio de Janeiro

Julgamento

Caso Henry: em depoimento, delegado destaca: "Jairinho e Monique fizeram piada na delegacia"

No primeiro dia do julgamento, foram ouvidas apenas as 12 testemunhas de acusação; Jairinho acompanhou sessão de Bangu

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Na audiência, houve uma discussão com os advogados de defesa quando o delegado Damasceno contou sobre o comportamento incomum do casal - TJ-RJ

A primeira audiência de julgamento do caso Henry Borel começou na manhã desta quarta-feira (6) no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ). Acusados pela morte da criança de 4 anos, o ex-vereador Jairo Souza Santos Junior, conhecido como Dr. Jairinho, e a mãe do menino, Monique Medeiros, participaram da sessão. 

Nesse primeiro momento, foram ouvidas apenas as testemunhas de acusação, 12 no total. Entre elas, o pai do menino, Leniel Borel, o delegado responsável pelo caso Henrique Damasceno, médicos que prestaram atendimento à criança, a babá, que sabia das agressões a Henry, e a empregada do casal.

Leia também: Qual a relação entre Jairinho e as milícias no Rio de Janeiro?

Em frente ao TJ-RJ, manifestantes pediam justiça para o menino Henry Borel com camisas e faixas. Monique estava presencialmente na audiência, enquanto Jairinho acompanhou por videoconferência de Bangu 8, onde está preso.

Na audiência, houve uma discussão quando o delegado Edson Henrique Damasceno contou sobre o comportamento incomum do casal durante o depoimento na 16ª DP, no dia 17 de março, nove dias após a morte do menino.

“Monique e Jairinho se mostaram completamente à vontade, inclusive eles pediram pizza durante o depoimento na delegacia. Jairo fez brincadeiras, como ‘minha minha mulher está na sala com três homens'”, relatou. 


Jairo Souza Santos Junior, conhecido como Dr. Jairinho, e Monique Medeiros são acusados pela morte de Henry / Reprodução

Henry Borel foi morto no dia 8 de março no apartamento em que morava com Jairinho e a mãe na Barra da Tijuca, zona Oeste do Rio. Segundo as investigações da Polícia Civil, o ex-vereador e padrasto de Henry agredia o menino com socos e chutes e a mãe sabia. Ambos respondem por tortura e homicídio triplamente qualificado, com agravamento de pena por se tratar de um menor de 14 anos. 

A perícia médica apontou que as 23 lesões encontradas na criança, como laceração do fígado, danos nos rins e hemorragia na cabeça “são condizentes com aquelas produzidas mediante ação violenta”. Monique e Jairinho foram presos um mês após o crime.

“A qualificadora do crime de Jairinho é o sadismo, a satisfação, o prazer em machucar Henry e outras crianças. Já o motivo da Monique é se beneficiar da vantagem financeira nessa situação”, explicou ao portal UOL o promotor Fábio Vieira. O ex-político responde a outros dois casos de violência contra filhas de ex-mulheres.

Edição: Clívia Mesquita