Paraná

SERVIÇO PÚBLICO

Artigo | Sindicato serve para quê? A resposta, em setembro, vale as nossas vidas

Servidores públicos correm o risco de perder vários direitos do dia para a noite

Joinville (SC) |
Momento é decisivo para o funcionalismo na luta contra a chamada reforma administrativa - Fórum dos Servidores estaduais de Santa Catarina

Essa pergunta volta e meia aparece quando os sindicatos buscam convencer os trabalhadores sobre a importância de se filiar e fortalecer a luta coletiva.

A resposta, neste mês de setembro, é ouvida em todos os cantos de Santa Catarina e vale as nossas vidas. Ela é forte e vem de mais de 25 sindicatos ligados ao Fórum dos Servidores Públicos de Santa Catarina. Esses sindicatos juntaram esforços e recursos em uma campanha de mídia inédita para barrar, nos próximos dias, a explosão dos direitos de todos nós.

Está para ser votada, no Congresso Nacional, a chamada Proposta de Emenda à Constituição 32, batizada de “Reforma Administrativa", um projeto que vai estraçalhar o Estado brasileiro.

Os sindicatos unidos estão alertando para esse perigo em mensagens divulgadas em rádios, carros de som e panfletagem em 14 cidades, em inserções em 50 rádios comunitárias e em textos e ilustrações nas redes sociais. Juntos, as entidades do Fórum já fizeram campanha de outdoors para pressionar os parlamentares catarinenses a votarem contra a projeto e organizaram dezenas de reuniões e atos na rua em várias ocasiões desde o início do ano, intensificando as ações neste mês decisivo. Em meio à pandemia de Covid-19, também iremos a Brasília lutar para que o projeto não passe.

A tal reforma acaba com os concursos públicos e traz de volta o “cabide de empregos”, que beneficia quem é amigo da autoridade no poder. Os servidores atuais poderão ter jornada de trabalho e salário reduzido em até 25%. Os novos, se conseguirem fazer algum concurso, vão receber menos pelo mesmo trabalho feito hoje. Conquistas históricas, como a redução de jornada, serão eliminadas de um dia para outro. A dita reforma também abre as portas para as empresas tomarem conta do que hoje é serviço público pela via das terceirizações. Isso significa que ela não pega apenas os servidores públicos. Toda a população, especialmente a mais empobrecida, ficará ainda mais desassistida. Essa “reforma” é morte.

Está em risco um patrimônio duramente conquistado por tantas gerações de trabalhadores e trabalhadoras que, em décadas passadas, não se calaram e fizeram a luta coletiva. Sindicato então é para seguirmos juntos, com a ousadia dos que, em tempos passados, nos legaram direitos, antes que seja tarde, antes que esses direitos nos sejam tirados.

O desafio é grande, mas somos grandes também.

Edição: Pedro Carrano