Rio de Janeiro

Marcas do fogo

Três anos após incêndio, Museu Nacional não alcança verba necessária para concluir restauração

Além do financiamento, o museu precisa de doações para reabastecer seu acervo, já que 80% dos itens foram destruídos

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Em 2022, o público poderá voltar a visitar parte do museu, mas ainda não será uma reabertura total da instituição
Em 2022, o público poderá voltar a visitar parte do museu, mas ainda não será uma reabertura total da instituição - Tânia Rêgo/Agência Brasil/Agência Brasil

O incêndio que deixou em destroços o Museu Nacional completa três anos nesta quinta-feira (2). A direção do museu e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), responsável pela instituição, ainda tentam alcançar a verba necessária para a restauração do palácio, que tem reabertura prevista para o ano de 2026.

Em 7 de setembro do ano que vem, o público poderá voltar a visitar parte do museu, mas ainda não será uma reabertura total da instituição. Somente estará disponível o Jardim das Princesas.

Até o momento, as doações em dinheiro recebidas pela instituição somam quase R$ 245 milhões, cerca de 65% do custo total estimado em R$ 380 milhões para a recuperação do museu inteiro, segundo informações do jornal Extra. O valor arrecadado até agora dá conta da primeira fase da restauração, que envolve a recuperação da fachada.

A UFRJ negocia o recebimento de novos repasses e doações em meio à falta de investimentos diretos do Ministério da Educação (MEC).


Bombeiros tentam apagar o incêndio que atingiu o Museu Nacional no domingo (2) / Tânia Rego/Agência Brasil

Além do financiamento, o museu também precisa de doações para reabastecer seu acervo, já que cerca de 80% dos itens foram consumidos pelo fogo. Para incentivar institutos e colecionadores a contribuir com novas peças, o museu lança uma campanha nacional e internacional para arrecadar doações nesta quinta. Além disso, serão apresentados alguns dos novos itens recentemente doados para as futuras exposições.

Até agora, a instituição já recebeu doações valiosas como 27 peças dos períodos clássicos grego e romano que pertenciam a um colecionador gaúcho. Da Áustria, virão peças feitas por indígenas brasileiros, recolhidas na Amazônia há mais de 100 anos por naturalistas europeus.

O trabalho de resgate das peças atingidas pelo fogo durou 500 dias e recuperou mais de 2 mil peças de várias coleções. Entre elas, os pesquisadores conseguiram os ossos de um dinossauro e todos os fragmentos que formam o crânio de Luzia, o fóssil mais antigo da América do Sul.

Edição: Mariana Pitasse