Paraná

RACISMO ESTRUTURAL

Vereador Renato Freitas é vítima de nova ação violenta da Guarda Municipal

"De maneira arbitrária e truculenta e desrespeitando todos os procedimentos legais, Renato foi jogado no chão"

Curitiba (PR) |
Vários apoiadores de Renato se reuniram diante do local do depoimento do vereador - Pedro Carrano

O vereador Renato Freitas (PT) estava, na tarde de hoje (23) panfletando em uma barraca da militância do partido, convocando a população para o ato Fora Bolsonaro do dia 24.

Foi quando o vigilante bolsonarista Reinaldo Generoso Borges Machado provocou e, apresentando-se como policial civil, deu a Freitas "voz de prisão". De acordo com vários relatos, Machado ainda teria chutado e agredido o vereador.

Logo após, o apoiador de Bolsonaro voltou acompanhado da guarda municipal, que impediu Freitas de seguir se manifestando e o jogou no chão, acuado por cinco guardas. Um deles, como se vê em vídeos feitos no local, chegou a levantar a cabeça de Freitas para filmá-lo e exibi-lo, denotando nitidamente perseguição da corporação contra o vereador negro e ativista social.

Entre várias irregularidades, o bolsonarista ainda saiu da Central de Flagrantes do Portão, onde ambos prestaram depoimento, no carro da própria guarda municipal.

O gesto da guarda municipal foi considerado desproporcional, avaliam os advogados presentes diante da central. Em nota, o mandato do vereador denuncia:

"Desrespeitando qualquer prerrogativa legal, os guardas, primeiro, tentaram impedir que Renato continuasse com seu protesto, se baseando apenas na palavra do homem que iniciou as agressões.

Em seguida, de maneira arbitrária e truculenta e desrespeitando todos os procedimentos legais, Renato foi jogado no chão pelos guardas. Ele foi asfixiado, agredido e algemado e colocado no porta-malas da viatura, em um procedimento que escancara todo o racismo e a truculência das forças policiais de Curitiba".

Emocionado, após prestar depoimento e ser liberado, Freitas apontou ainda a possibilidade de processar o homem que o provocou e o acusou. Já o advogado André Passos afirma que haverá denúncia na corregedoria da Guarda Municipal. É a segunda ação truculenta sofrida por Freitas em menos de dois meses. A anterior foi uma detenção injustificada da PM. É fato que o vereador vem se destacando à frente da oposição contra a prefeitura de Rafael Greca (DEM).

O vigilante também presta denúncia contra o vereador por suposta lesão leve. Freitas ressaltou que não iniciou o ataque e apenas buscou afastar a provocação.

Edição: Pedro Carrano