ESCRITÓRIO DO CRIME

Viúva do miliciano e ex-policial Adriano da Nóbrega fecha delação com MPF no RJ e MP estadual

Apontado como suspeito no caso Marielle, ex-capitão da PM teve familiares lotados em gabinete de Flávio Bolsonaro

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Adriano da Nóbrega era apontado como chefe do Escritório do Crime, grupo de milicianos que atuam como assassinos de aluguel - Foto: Reprodução

A viúva do ex-capitão da Polícia Militar (PM) e miliciano Adriano da Nóbrega, morto em fevereiro de 2020, fechou uma delação premiada com o Ministério Público Federal no Rio de Janeiro e com o Ministério Público do estado. Júlia Mello Latufo viveu um relacionamento amoroso com Adriano por 10 anos e chegou a acompanhá-lo à Bahia pouco antes de ele ser morto pela polícia.

Nas redes sociais, o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) disse que o depoimento de Júlia pode trazer novas informações sobre a execução da vereadora Marielle Franco (Psol), em 2018. Adriano tinha relações estreitas com Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Patriota), e é suspeito de envolvimento na morte da vereadora.

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Na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Flávio Bolsonaro, à época deputado estadual, foi responsável pela condecoração da Medalha Tiradentes, maior honraria do Poder Legislativo Fluminense, a Adriano da Nóbrega. A mãe e uma ex-mulher do miliciano trabalharam no gabinete do filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Júlia também tinha um cargo na Alerj.

Segundo o colunista Guilherme Amado, do portal Metrópoles, partiu de Júlia a iniciativa de fazer contato com os investigadores. Ela procurou inicialmente a Polícia Civil e foi encaminhada para uma reunião com promotores do MP-RJ responsáveis pela investigação dos assassinatos de Marielle e do motorista Anderson Gomes.

Júlia responde a um processo na 1ª Vara Criminal Especializada da Capital do RJ por organização criminosa e lavagem de dinheiro. Na época da fuga de Adriano para a Bahia, a viúva do miliciano teve a prisão preventiva decretada, mas a punição foi convertida em prisão domiciliar. A expectativa é que a delação seja homologada na próxima semana.

Fonte: BdF Rio de Janeiro

Edição: Eduardo Miranda